O Conselho Constitucional da França aprovou nesta quinta-feira uma lei que dá aos serviços de inteligência do Estado mais espaço para espionar o público a fim de enfrentar o que as autoridades descreveram como uma ameaça terrorista sem precedentes.
A lei de vigilância, divulgada em Março dois meses depois que 17 pessoas foram mortas por atiradores islâmicos em Paris, tem atraído comparações ao Ato Patriótico norte-americano introduzido após os atentados do 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos da América.
O próprio presidente francês, François Hollande, estava entre aqueles que pediram ao Conselho para decidir sobre a constitucionalidade de uma lei que descarta a necessidade de mandados judiciais para o uso de escutas telefónicas, câmeras e microfones escondidos e permite às autoridades forçar provedores de Internet a monitorar comportamentos suspeitos.
O governo tem dito que proíbe expressamente a coleta ampla de registos telefónicos como tem sido feito pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, mas grupos de direitos civis têm argumentado que a lei pode levar à vigilância colectiva e que não há controles e equilíbrios suficientes.
Em vez de exigir a aprovação de um juiz, oficiais de segurança podem, sob a nova lei, ordenar a vigilância após aconselhamento de um órgão de fiscalização recém-criado especificamente para essas aprovações.