Dois supostos membros da Renamo, cujos nomes não apurámos, encontram-se detidos, desde o princípio desta semana, nas celas da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nametil, sede do distrito de Mogovolas, indiciados de inviabilização das actividades políticas do partido Frelimo naquela parcela do país.
De acordo com a brigada provincial da Frelimo de assistência política ao distrito de Mogovolas, os dois indivíduos, ora detidos, faziam parte de um grupo de supostos quadros da “perdiz” que propalavam informações de reinício da guerra nos povoados de Tucua e Cussi, no posto administrativo de Calipo, bem como no posto administrativo vizinho de Iuluti.
Os indiciados, para além de espancarem um fiscal da administração de Calipo acusado de mobilizar os jovens para as fileiras da Frelimo, são acusados de tentativa de inviabilização da realização de eleições dos secretariados das células daquela formação política.
Na mês passado, de acordo com os nossos interlocutores, o mesmo grupo teria forçado alguns criadores de gado bovino e caprino a venderem parte dos seus animais “a preço de banana”, com o pretexto de que a guerra seria desencadeada a partir do dia 30 de Junho.
“O ambiente político não é dos melhores em Calipo e nós fomos obrigados a denunciar essas práticas às autoridades policiais, porque sentimos que a ordem e a tranquilidade públicas estavam a ser postas em causa”, afirmou um dos integrantes da brigada provincial da Frelimo no distrito de Mogovolas.
O primeiro secretário do Comité Provincial da Frelimo em Nampula, Agostinho Chelua, que falava esta quarta-feira (15) em conferência de Imprensa, confirmou o sucedido, mas disse que o assunto foi já esclarecido e segue os seus trâmites legais.
Em Nampula, a Frelimo realiza entre os dias 11 e 29 de Agosto próximo eleições internas a nível dos comités de círculo. Depois desta fase, seguir-se-ão outras a nível de zonas e assim por diante. Chelua afirmou que, nos primeiros três dias do início do processo, foram angariados mais de 600 novos membros que se associam aos cerca de 43 mil já existentes nas 881 células, distribuídas pela província, por sinal o maior círculo eleitoral do país.
