O mundo pode acabar com a epidemia da Sida até 2030, disse a ONU nesta terça-feira, destacando o sucesso global em desenvolver medicamentos que salvaram vidas nos últimos 15 anos.
As Metas de Desenvolvimento do Milénio, da ONU, para deter e reverter a propagação da doença vêm sendo alcançadas, informou a Unaids, programa do organismo mundial voltada para o combate à doença. A Unaids está a dirigir esforços para acabar com a epidemia até 2030, permitindo que todos tenham acesso aos serviços de prevenção, tratamento e apoio.
“Acabar com a epidemia do Sida como uma ameaça à saúde pública em 2030 é uma meta ambiciosa, mas realista, como mostra a história dos últimos 15 anos”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, num relatório divulgado em uma conferência sobre financiamento na Etiópia, nesta terça-feira.
Cerca de 15 milhões de pessoas estão a receber tratamento com antirretrovirais para o HIV/Sida, um aumento vertiginoso, já que os beneficiados eram menos de 700 mil em 2000. Naquela época, os pacientes tinham que tomar uma média de oito comprimidos por dia, ao custo de 10.000 dólares (cerca de 400 mil meticais)por ano. Hoje, os medicamentos podem ser comprados por 100 dólares (cerca de 4 mil meticais) por ano.
“Durante a primeira década da epidemia, havia muito pouco a oferecer a alguém a morrer de Sida”, disse no relatório o director-executivo da Unaids, Michel Sidibe. “O melhor que você poderia esperar era que a sua família não o pusesse para fora.”
A chave para a mudança, disse ele, foi quebrar o “controle apertado” da indústria farmacêutica sobre as políticas doa governos e os preços dos medicamentos.
As mortes relacionadas à Sida caíram mais de 40 por cento desde 2004, passando a 1,2 milhão por ano. As infecções por HIV baixaram 35 por cento desde 2001, para 2 milhões por ano em 2014. O investimento em HIV/Aids subiu de menos de 5 biliões de dólares em 2001 para quase 22 biliões de dólares em 2015.
