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Jovens detidos em Angola acusados de tentativa de golpe de Estado

O procurador-geral da República de Angola confirmou, quarta-feira, a detenção pelas forças de segurança de 15 jovens angolanos que estariam alegadamente a preparar uma insurreição para derrubar o Governo do Presidente José Eduardo dos Santos.

Segundo o procurador, general João Maria de Sousa, a sua instituição deu “luz verde” a uma operação policial para a detenção dos 15 jovens na sequência de uma denúncia de que os mesmos estavam reunidos para preparar “a destituição do Governo constituído(…)”.

“Estavam a preparar-se para uma ação de insurreição e desobediência coletiva que visava a deposição do Governo e a destituição do Presidente da República”, indicou o magistrado em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA, estatal).

João Maria de Sousa disse que esses actos “constituem crimes contra a segurança do Estado, mais propriamente o crime de rebelião”, pelo que os órgãos competentes do Estado “têm que tomar as medidas necessárias para evitar o pior”.

Ele não avançou a identidade dos detidos, mas precisou que as primeiras detenções ocorreram a 20 deste mês, no bairro da Vila Alice, na capital angolana, Luanda, envolvendo 13 pessoas, e as duas restantes separadamente a 21 e 23 do mesmo mês.

Nestes últimos casos, disse, um deles foi detido quando pretendia atravessar a fronteira da Santa Clara, na província meridional do Cunene, em direcção à vizinha Namíbia, enquanto o outro é um oficial da Força Aérea Nacional.

João Maria de Sousa disse ainda que as primeiras 13 detenções “ocorreram em flagrante delito e foram observados todos os preceitos legais para a detenção destes jovens”.

Algumas informações veiculadas na imprensa local antes desta reacção do procurador indicavam que os jovens foram detidos na residência de um deles, a 20 de junho, “durante um encontro de reflexão pacífica sobre a situação dos direitos humanos e a governação”.

Também admitia-se a possibilidade de haver mais pessoas detidas, argumentando-se que alguns jovens também presentes na reunião em causa não voltaram a ser vistos desde sábado.

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