A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) reclamou às autoridades angolanas pela libertação imediata e incondicional de 12 militantes dos direitos humanos detidos a 20 de junho último, em Luanda.
Num comunicado enviado à PANA, a AI afirma que estas detenções são “um estratagema para reprimir as vozes dissidentes e a liberdade de reunião pacífica no país”. O diretor adjunto da AI para a África Austral, Noël Kututwa, indicou que estas detenções representam uma outra tentativa das autoridades angolanas de “intimidar qualquer pessoa que tiver uma opinião diferente no país”.
“As autoridades devem libertar imediata e incondicionalmente os militantes presos, que são prisioneiros de opinião, e cessar de intimidar os militantes dos direitos humanos”, reclamou Kutuwa.
Os militantes em causa foram detidos, segundo a AI, durante uma reunião que refletia sobre as violações dos direitos humanos e as questões de governação do Executivo do Presidente José Eduardo dos Santos, no poder há 36 anos. A Polícia procedeu igualmente a rusgas a várias casas sem mandato e apreendeu o material informático de certas pessoas que ela suspeitava de ter participado na reunião, acrescenta.
O professor universitário e jornalista Domingos da Cruz, que devia realizar uma conferência na mesma reunião estaria os detidos este mês no interior do país.
Uma declaração do Ministério angolano do Interior acusou estes militantes dos direitos humanos de preparar distúrbios contra a ordem e a segurança públicas. Para a AI, esta repressão contra pessoas que exprimem uma opinião divergente “não é nova”.
Num relatório publicado em Novembro de 2014, a AI documenta como os Angolanos que ousam desafiar o regime de José Eduardo dos Santos exigindo contas foram assassinados, vitimas de desaparecimento forçado ou arbitrariamente detidos e torturados pelas forças de segurança.