Pelo menos quatro pessoas morreram e 30 outras ficaram feridas na madrugada de segunda-feira em ataques separados com granada perpetrados por indivíduos não identificados contra vários bares em Ngozi e Kirundo, duas províncias do norte do Burundi, noticiou a rádio nacional.
Segundo a rádio, o ataque mais mortal visou um bar muito frequentado de Burengo, uma localidade isolada da província de Ngozi, região natal do Presidente burundês, Pierre Nkurunziza, onde os quatro mortos e os 30 feridos foram registados.
O Presidente burundês faz face a um violento movimento de protestos desde a oficialização da sua candidatura para um terceiro mandato à frente do país em finais de Abril último. O outro ataque com granada fez um ferido num bar da capital da vizinha província de Kirundo, onde a explosão foi seguida por disparos intensos alguns tempos após, segundo a rádio estatal burundesa.
A província de Kirundo continua a alimentar a cena político-mediática há dois meses devido à fuga em massa e contínua das suas populações para o vizinho Ruanda, por medo da insegurança ligada à crise pré-eleitoral atual no Burundi. Os responsáveis provinciais em Ngozi e Kirundi afirmaram que estes atentados visavam criar um clima de insegurança susceptível de afugentar outras pessoas e impedir a realização de eleições pacíficas nos próximos dias e nas próximas semanas.
As Eleições autárquicas e legislativas simultâneas estão previstas para 29 de Junho próximo a nível nacional e serão seguidas pelas presidenciais de 15 de Julho próximo e para o Senado a 24 do mesmo mês.
Em Bubanza, uma província do oeste do país, quatro pessoas foram raptadas por indivíduos ainda não identificados na madrugada de segunda-feira, segundo um correspondente local da rádio nacional.
A cidade de Bujumbura, principal foco de protestos contra o terceiro mandato presidencial, foi abalada na madrugada de sábado último por ataques simultâneos com granada e arma automática cujo balanço se ignora. O poder a a oposição continuam a atribuir-se a responsabilidade por este ressurgimento da insegurança nas vésperas das controversas eleições deste ano que se anunciam com maus auspícios.
Neste contexto explosivo, as Nações Unidas designaram um novo medianeiro, o Senegalês Abdoulaye Bathily, para tentar apaziguar as tensões e facilitar a realização de eleições inclusivas, democráticas e transparentes.