A produção mundial de diamantes caiu 3,7% em 2008 em relação ao ano anterior pelas poucas vendas, que se reduziram 16%, segundo dados publicados esta quarta na conferência de Windhoek. A produção de diamantes passou de 168 milhões de quilates em 2007 a 161,8 milhões de quilates no ano passado, anunciou a conferência.
O comércio de diamantes passou de 37 bilhões de dólares em 2007 (com 480 milhões de quilates vendidos), a 30 bilhões de dólares em 2008, com a venda de 400 milhões de quilates, incluindo produção e reservas.
Os países produtores de diamantes estão reunidos desde terça-feira na Namíbia para avaliar os esforços do processo de Kimberley, cujo objetivo é acabar com o comércio ilegal de pedras preciosas para financiar conflitos. Durante três dias, 200 delegados deste tratado internacional examinarão denúncias de violação do acordo, principalmente na Venezuela e no Zimbábue.
No Zimbábue, cuja economia está arruinada, o processo de Kimberley prepara um novo relatório apontando violações dos direitos humanos nas minas de extração de diamante, além de contrabando e controle interno deficiente do comércio, que podem alimentar a circulação de pedras destinadas ao financiamento dos conflitos.
Em abril, o sistema de certificação do processo de Kimberley proibiu a venda de diamantes procedentes do leste do Zimbábue. Várias testemunhas denunciaram casos de agressões na região de Marange, onde, sgeundo a imprensa local, mineiros foram expulsos à força. O acordo internacional se aplica atualmente a 99,8% da produção mundial de diamantes brutos, com 49 membros que representam 75 países.
O acordo foi lançado pelas Nações Unidas em maio de 2000 na cidade de Kimberley, na África do Sul. Assinado três anos depois por mais 30 países, o processo tem como meta evitar a utilização de pedras preciosas para financiar atividades militares.