A Coordenação dos Movimentos de Azawad (CMA), que agrupa o Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA-independendista), o Movimento Árabe de Azawad (MAA) e o Alto Conselho para a Unidade de Azawad (HCUA), assinaram sábado em Bamako o Acordo de Paz e Reconciliação do Mali, sob a presidência do chefe de Estado maliano, Ibrahim Boubacar Kéita, na presença de várias altas personalidades malianas e estrangeiras.
Segundo a agência PANA, o documento foi rubricado por um responsável do MAA, Ibrahim Ould Sidati, que foi longamente aplaudido pela assistência. Esta assinatura conclui o processo de paz lançado há três anos no Mali.
A CMA recusou-se a assinar, a 15 de maio, na capital maliana o acordo de paz que foi assinado no mesmo dia pelo Governo maliano, pelos grupos que lhe são favoráveis e pela mediação internacional na presença de vários chefes de Estado e de Governo africanos. O movimento condicionou a assinatura do acordo a várias reivindicações, das quais a anulação pelo Governo maliano dos mandados de captura emitidos contra 15 líderes rebeldes tuaregues e a evacuação por grupos armados próximos do Governo maliano da cidade de Ménaka, na província de Gao, no norte do Mali, considerado pelos rebeldes como seu bastião.
Várias reivindicações satisfeitas pelo Governo e pelos grupos armados na sequência das recentes negociações realizadas em Argel (Argélia) levaram a CMA a aceitar assinar sábado o acordo de paz na capital maliana onde estiveram, nestes últimos dias, delegações dos movimentos rebeldes e o ministro argelino dos Negócios Estrangeiros, Ramtane Lamamra, cujo país lidera a mediação internacional.
O acordo tem como objectivo essencial restabelecer uma paz duradoura no Mali, exposto há várias décadas a uma série de rebeliões tuaregues. Nas suas intervenções, o ministro maliano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, Abdoulaye Diop, o seu homólogo argelino e chefe da mediação internacional, Ramtane Lamamra, o vice-presidente do MNLA, Mahamadou Diéry Maiga, o representante da Plataforma dos Grupos Armados, Arouna Touré, o chefe da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização no Mali (MINUSMA), Mongi Hamdi, saudaram e enalteceram a assinatura pela CMA do acordo que permitirá abrir uma nova página para o Mali e projetar o futuro com otimismo.