O combate à malária, ao VIH/SIDA e à tuberculose, três enfermidades que ainda são uma preocupação pública em Moçambique, conta com 374 milhões de dólares desembolsados na quarta-feira (17) pelo Fundo Global.
Nazira Abdula, ministra moçambicana da Saúde, disse que a luta contra estas doenças exige mais do que recursos financeiros e as metas estabelecidas nos programas de combate às epidemias devem ser cumpridas.
No âmbito do novo acordo rubricado para a disponibilização do montante acima referido, é preciso desenvolver estratégias para maior integração no sistema de Saúde de pessoas com tuberculose, principalmente nas zonas mais recônditas de Moçambique, onde os serviços sanitários são ainda deficientes.
O Executivo compromete-se a expandir a disponibilidade de anti-retrovirais às pessoas infectadas, devendo aumentar de 40%, em 2014, para os 53%, em 2016.
Relativamente à malária, o Governo espera que 80% da população em tratamento e acções de sensibilização sejam eficazes e aumente o número de beneficiários de redes mosquiteiras com vista a reduzir os altos índices de mortalidade causados por esta enfermidade.
Refira-se que o paludismo, segundo as autoridades da Saúde, continua a ser uma das principais causas da mortalidade em Moçambique, onde, em 2014, houve um aumento de mais de um milhão e quinhentos casos tendo morrido 3.245 pessoas.
Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), considerou que “numa aldeia ou num bairro, um activista não vai conseguir cobrir toda a população. É preciso incluirmos a revitalização e a dinamização das organizações comunitárias para que elas possam abranger todas as pessoas infectadas e orientar as outras afectadas para melhor cuidarem dos seus doentes”.
Num outro desenvolvimento, a activista social disse que “precisamos de ter as instituições de pesquisa em Moçambique muito mais envolvidas” na causa da tuberculose, do VIH/SIDA e da malária “para que nos ajudem com a compreensão dos vários grupos das faixas etárias, nas várias regiões do país. As pessoas não são números”, o que exige que haja mais rigor nos dados estatísticos.
William Carlos, embaixador da Irlanda, disse que o seu país, a França e os Estados Unidos da América estão convictos de que os investimentos que efectuam no tratamento das doenças em alusão serão bem geridos. Assim, eles vão continuar a “apoiar Moçambique a melhorar o estado de saúde das populações”.