O Ferroviário da Beira averbou uma falta de comparência na presente edição da Liga Nacional de Basquetebol ao recusar de entrar em campo sem os seus jogadores estrangeiros que segundo a Liga Moçambicana de Basquetebol e Federação Moçambicana da modalidade da bola ao cesto não foram inscritos atempadamente para esta competição. Os locomotivas ponderam abandonar a competição caso os dois basquetebolistas não sejam autorizados a jogar.
Reina um ambiente de cortar à faca entre a Liga Moçambicana de Basquetebol e o Clube Ferroviário da Beira devido à uma alegada irregularidade na inscrição dos jogadores estrangeiros do clube locomotiva, nomeadamente: Enric Gerrido Foz e Elijah Paul.
Segundo o treinador dos bicampeões nacionais, Luiz Hernandez, a direcção do clube do Chiveve inscreveu os dois jogadores nos prazos estabelecidos pela Federação Moçambicana de Basquetebol, todavia, dias antes do início da Liga Nacional de Basquetebol aquele emblema do Chiveve recebeu uma carta da FMB a informar que a situação dos atletas não estava regularizada.
“As inscrições para os jogadores forasteiros terminava no dia 28 de Maio e o Ferroviário da Beira inscreveu os dois desportistas sete dias antes do término, ou seja, no dia 21, porém, antes do arranque da presente edição da Liga Nacional de Basquetebol fomos abordados pela organização da prova, à mando da Federação Moçambicana de Basquetebol, de que os basquetebolistas não estava inscritos, o que não corresponde a verdade porque eles foram inscritos na Associação de Basquetebol de Sofala”.
A Liga Moçambicana de Basquetebol, entidade subordinada da Federação Moçambicana de Basquetebol e, ao mesmo tempo, responsável pela organização da prova, foi informado pela FMB de que os dois forasteiros não podiam fazer parte da ficha de jogos e em caso de transgredir essa regra o clube seria punido com uma falta de comparência.
Para Hernandez a agremiação responsável pela organização da fina-flor do basquetebol moçambicano não tem nenhuma culpa, uma vez que recebeu a ordem da Federação Moçambicana de Basquetebol.
“Estivemos numa reunião na segunda-feira (15) e disseram-nos que os dois jogadores estavam inscritos e que podiam fazer parte da prova, mas hoje, terça-feira (16), surpreendentemente, fomos informados que a situação dos atletas não estava regularizada. A Liga Moçambicana de Basquetebol não tem nenhuma culpa porque recebe ordens da FMB.”
“Sem estrangeiros não vamos jogar”
No embate relativo à quarta jornada da Liga Nacional de Basquetebol sénior masculino, o Ferroviário da Beira decidiu que caso os dois jogadores não fossem autorizados a fazer parte da competição não ia se fazer ao campo e foi o que exactamente aconteceu. A organização não cedeu a pressão dos locomotivas e penalizou os bicampeões nacionais com uma falta de comparência mesmo com a presença destes no local dos jogos.
“A direcção do clube informo-nos que só podíamos jogar na presença dos nossos atletas estrangeiros na quadra e, neste jogo, cumprimos com o que a direção nos ordenou. Os nossos responsáveis foram bem claros e nós obedecemos, não vamos jogar sem os forasteiros”, declarou Hernandez.
“As leis são claras e devem ser cumpridas”
Por seu turno, José Ferrete, representante da Liga Moçambicana de Basquetebol. Declarou ao @Verdade que a organização da prova apenas esta a cumprir com que foi tornado público pela Federação Moçambicana de Basquetebol.
“O Ferroviário da Beira tem as suas razões para reclamar, mas a Liga Moçambicana de Basquetebol não tem nenhum dedo neste assunto, visto que recebeu uma carta da entidade que gere a modalidade da bola ao cesto no país a comunicar que os jogadores, Enric Gerrido Foz e Elijah Paul, não podiam fazer parte da competição e nós como instituição subordinada da FMB obedecemos porque as leis são claras e devem ser cumpridas”.
Já Francisco Mabjaia, presidente da FMB, sem se alongar, disse que os locomotivas não cumpriram com os requisitos que lhes foram pedidos pela Federação Moçambicana de Basquetebol.
“Não estamos contra nenhuma equipa. Os dois jogadores estrangeiros do Ferroviário da Beira não foram inscritos e, por essas razões, não podem participar em nenhuma partida da Liga Nacional do Basquetebol. As regras são claras e devem ser cumpridas por todos”, disse Mabjaia para depois declarar o seguinte: “Em caso de duas faltas de comparência os locomotivas de Chiveve serão excluídos da prova”.
Nos jogos realizados, o Maxaquene humilhou a formação da Universidade Pedagógica por 112 a 57. Por seu turno, o Desportivo de Maputo derrotou o Vaz Team da Beira por 83 – 45, enquanto o Ferroviário de Maputo bateu por 78 a 55.
Entretanto, os locomotivas do Chiveve voltaram a quadra para defrontar o Vaz Team da Beira, mesmo sem os dois jogadores estrangeiros, para não correrem o risco de exclusão da prova e ainda ficarem dois anos sem participar em provas organizadas pela Federação Moçambicana de Basquetebol, que são as penalizações previstas para equipas que averbam faltas de comparência em mais de uma partida.