As Forças de Defesa e Segurança (FDS) atacaram dois quartéis da Renamo, um em Funhalouro, província de Inhambane, e outro, na tarde de domingo (14), no posto administrativo de Zóbue, no distrito de Moatize, província de Tete, sendo que neste último houve mortos e feridos em número não especificado.
António Muchanga, porta-voz da Renamo, chamou a Imprensa na terça-feira (16) para denunciar tal situação e disse que o primeiro ataque se deu na passada quinta-feira (11) em Inhambane, onde o Exército atacou uma posição desta formação política mas, felizmente, sem causar vítimas, “porque os guerrilheiros da Renamo conseguiram escapulir-se”.
Em relação à segunda emboscada, um grupo de militares transportados em dois camiões e num veículo Land Cruiser equipado com uma metralhadora atacou o quartel da “Perdiz” em Zóbue. Refira-se que o Executivo ainda não se pronunciou sobre os ataques.
O deputado e porta-voz da “Perdiz” afirmou que o seu partido condena a agressão sofrida pelos seus guerrilheiros em Tete, presumivelmente perpetrada pela Unidades de Intervenção Rápida e pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e alertou que “a paciência dos comandantes da Renamo está a esgotar-se”.
“A mesma sorte não houve em Tete. Perante o perigo iminente, os homens da Renamo tiveram de responder, o que resultou em derramamento de sangue” e Afonso Dhlakama “pede a contenção das forças do Governo para que a paz seja uma realidade no país”.
Para além de pedir “à comunidade internacional para nos ajudar”, António Muchanga, que entende que “há sangue de moçambicanos derramado sem justa causa”, apelou à sociedade para que intervenha neste caso para evitar dissabores generalizados.
“Achamos que o 16 de Junho (Dia da Criança Africana, do Massacre de Mueda e do Metical) deve servir de lição para que os moçambicanos percebam que não é com os tiros que vão resolver os seus problemas. É dialogando, num diálogo sério e pro-activo”.