O presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, sobre quem pesam duas ordens internacionais de captura, abandonou nesta segunda-feira a cidade sul-africana de Johanesburgo com destino a Cartum no avião presidencial.
Segundo a Agência Efe, que cita fontes governamentais sudanesas, o avião presidencial decolou às 11h de Johanesburgo e deverá aterrir em Cartum às 18h locais.
Al Bashir retorna ao Sudão apesar de neste domingo um tribunal sul-africano ter impedido a sua saída do país devido à ordem de detenção emitida pela Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade na região de Darfur.
A sua viagem aconteceu nesta segunda-feira(15) antes do Tribunal Superior de Pretória opinar se o governo sul-africano devia detê-lo, uma decisão que a corte ainda está a deliberar.
No entanto, as autoridades de Johanesburgo opuseram-se desde a princípio à detenção de Al Bashir e tinham aprovado um decreto para garantir imunidade a todos os líderes que participassem da Cimeira africana.
Está previsto que o ministro sudanês das Relações Exteriores, Ibrahim Gandur, dê uma conferência de imprensa em Cartum por causa do retorno do presidente.
Por sua vez, o partido governante Conferência Nacional, de Al Bashir, vai organizar uma grande recepção no aeroporto de Cartum para receber ao líder.
No plano internacional, tanto a União Europeia como as Nações Unidas pediram nas últimas horas à África do Sul que detivesse Al Bashir. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a ordem de detenção emitida pelo TPI deve ser “respeitada e implementada”.
O alto tribunal, com sede em Haia, acusa Al Bashir de responsabilidade por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade na região de Darfur, no oeste do Sudão. Nessa região explodiu em 2003 um conflito étnico que tirou centenas de milhares de vidas e que provocou uma das piores catástrofes humanitárias de tempos recentes.