Um homem de 65 anos afectado por um cancro da próstata em fase terminal compareceu esta quarta-feira no Tribunal de Gauteng para tentar obter autorização de escolher o momento e o local da sua morte com a assistência dum médico acreditado.
Robin Stransham-Ford é apoiado na sua iniciativa pela “Dignity South Africa”, que defende o direito dos adultos sãos de espírito em fase terminal a escolher uma morte assistida. Esta organização defende que a Constituição prevê a proteção dos cidadãos contra uma morte “cruel, desumana ou degradante”.
O pedido de emergência de Stransham-Ford é contestado pela “Doctors for Life”, que considera o suicídio assistido como um acto “que carece de dignidade”.
No ano passado, um político sul-africano, Mario Oriani-Ambrosini, foi diagnosticado com uma forma rara de cancro do pulmão inoperável. Este deputado do Inkatha-Freeddom Party esteve tão doente que prestou juramento numa cadeira de rodas diante do ministro da Justiça, Mogoeng Mogoeng. No entanto, ele aproveitou a tribuna do Parlamento para exercer pressão para a utilização de marijuana médica, afirmando que esta planta o ajuda a lutar contra a sua doença. Ele suicidou-se finalmente em Agosto último.
A organização “Dignity South Africa” reagiu ao seu desaparecimento físico, afirmando que se a eutanásia fosse legalizada Oriani-Ambrosini não teria violado a lei. A organização pretende recorrer aos tribunais sobre esta questão a fim de exigir a revisão da Constituição.

