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Tribunal sul-coreano condena capitão de balsa à prisão perpétua por 304 mortes em naufrágio

O capitão de um barco sul-coreano que afundou no ano passado, matando 304 pessoas, foi considerado culpado por homicídio num tribunal de recurso, nesta terça-feira(28), e condenado à prisão perpétua, num julgamento que derrubou uma condenação anterior por negligência.

Os promotores, que tinham originalmente pedido a condenação do capitão da balsa, Lee Joon-seok, por homicídio, recorreram de uma decisão de um tribunal de primeira instância em Novembro, que o considerou culpado por negligência e o condenou a 36 anos de prisão.

Os advogados de defesa de Lee também haviam apresentado um recurso contra a severidade da sentença anterior, mas a sua demanda foi rejeitada pelo Tribunal Superior Gwangju, que acatou o pedido dos promotores e impôs o veredicto e a sentença mais dura.

O Tribunal Superior de Gwangju também anulou uma condenação por homicídio contra o engenheiro-chefe da balsa Sewol, considerando-o culpado por negligência. A sua sentença de 30 anos de prisão foi reduzida para 10 anos.

Um vídeo da tripulação abandonando o Sewol após instruir os passageiros a permanecerem nas suas cabines causou indignação e pedidos de punição severa. Na maioria, os passageiros eram adolescentes numa viagem da escola.

Apenas 172 dos 476 passageiros e tripulantes da balsa foram resgatados. Dos 304 mortos confirmados ou ainda dados como desaparecidos, 250 eram crianças em idade escolar.

Lee pediu desculpas aos familiares das vítimas durante o julgamento de primeira instância e disse que não tinha a intenção de matar ninguém. Os promotores argumentaram que não exercer o seu dever de retirar os passageiros equivalia a homicídio.

Os membros da tripulação, que receberam penas que vão de 5 a 36 anos, tinham pedido clemência e afirmado que nunca haviam recebido formação adequada sobre a evacuação de passageiros.

O tribunal de apelação reduziu as penas de prisão de 14 outros membros da tripulação para períodos entre 18 meses e 12 anos, informou a corte.

Sobrecarregado, a Sewol virou ao fazer uma curva numa viagem de rotina em 16 de Abril do ano passado. Mais tarde descobriu-se que a embarcação tinha uma estrutura defeituosa.

Antes de lançar os apelos um promotor envolvido no caso disse que em Novembro as decisões contra os 15 membros da tripulação, incluindo o engenheiro-chefe, foram “decepcionantes”, especialmente o veredicto de que o capitão não era culpado de homicídio.

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