A recolha e a contagem dos resultados das eleições presidenciais e legislativas nacionais prosseguiu domingo, na Nigéria, enquanto continuava também a votação nas assembleias de voto na sequência duma avaria do dispositivo eletrónico de leitura de cartões de eleitores e do atraso registado na instalação do material eleitoral. “Com alguns sobressaltos em várias partes do país, as eleições não podiam terminar sábado”, declarou aos jornalistas em Abuja, a capital, Chris Iyimoga, o presidente da Comissão de Informação e Sensibilização dos Eleitores junto da Comissão Eleitoral Nacional Independente (INEC).
Apesar de a instância eleitoral não indicar o número de Estados afetados pelo problema técnico dos leitores de cartões, algumas pessoas pensam que a nova tecnologia desacelera a identificação dos eleitores e assim o processo eleitoral. Em algumas das 150 mil assembleias de voto, a utilização do leitor de cartão não registou nenhum problema técnico mas foi lamentável em várias zonas.
“No meu centro de voto, o leitor de cartão não funcionou e não havia plano para os mudar ou os substituir. Eles desaceleram a identificação, provocando longas filas de eleitores frustrados e cansados pela espera”, declarou o eleitor Tunde Ajayi, acrescentando que, embora o sistema manual de identificação tenha sido finalmente utilizado, “muitas pessoas estavam desapontados com a falha do dispositivo na fase mais crítica”.
Comentando igualmente o dispositivo do leitor de cartão, o embaixador da Nigéria nas Filipinas, Yemi Faronbi, declarou que este aparelho “foi muito eficaz” no seu centro de voto. “Até ao presente, a experiência foi concludente. Precisei apenas de dois minutos para terminar o processo de identificação e estou globalmente muito satisfeito. Eu espero que todos os dispositivos possam funcionar. Qualquer dispositivo humano pode ter uma certa margem de erro.
A Comissão Eleitoral deveria prever uma tal eventualidade », declarou Farounbi. Apesar da avaria dos leitores de cartões, a votação realizou-se com calma em várias assembleias de voto no país.
O Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, e a sua esposa figuravam entre os distintos eleitores cujos cartões não puderam ser identificados pelo dispositivo de leitura de cartão inteligente em Utuoke, no Estado de Bayelsa, situado no sul da Nigéria.
O seu principal adversário nas eleições presidenciais, o antigo chefe de Estado e general Muhammadu Buhari, foi mais sortudo. Precisou de apenas cinco minutos para se fazer identificar pelo leitor de cartão em Daura, no Estado de Katsina, no norte do país.
Igualmente felizardo com o dispositivo de acreditação foi o também ex-Presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo. Ele exitou na operação de acreditação com o leitor de cartão e votou numa assembleia de voto em Abeokuta, no sudoeste da Nigéria. “É uma exigência constitucional cada quatro anos e devemos efetuar este ritual na Nigéria. O que vivi é muito bom. Eles verificaram o meu cartão, as minhas impressões digitais e eles indicaram que não havia nenhum problema e que deverei voltar para votar », declarou Obasanjo aos jornalistas.
Ele instou os Nigerianos à paciência com a Comissão Eleitoral e a continuar a manter a calma. Os cidadãos nigerianos exortam a Comissão Eleitoral a corrigir todas as anomalias observadas durante o escrutínio de sábado, sobretudo a avaria do dispositivo de leitura de cartões, antes das próximas eleições.
A segunda parte das eleições vai realizar-se a 11 de Abril próximo para designar os governdores e os membros das Assembleias dos Estados.