Em Nampula, onde a chuva e outras intempéries arrastaram pelo menos 30 mil famílias para a miséria, as autoridades locais continuam com um défice de mais de 900 toneladas de produtos alimentares para a assistência das vítimas albergadas em 38 estabelecimentos escolares e em instalações públicas e privadas. No total, existem 152 mil indivíduos afectados, segundo o governo local. Porém, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) fala de pelo menos 181.000 pessoas.
Para garantir o apoio às pessoas que vivem na desgraça em virtude das calamidades naturais, Nampula precisa de mais de mil toneladas de produtos diversos, das quais o INGC dispunha, até sexta-feira passada (20), de apenas 272 toneladas. Destas, 179 já foram distribuídas. Dos afectados constam 30.081 alunos e 600 professores que perderam as suas habitações e outros bens.
De acordo Victor Borges, governador da província de Nampula, depois da época chuvosa, para a reabilitação de infra-estruturas tais como unidades sanitárias e escolas serão necessários cerca de 870 milhões de meticais, valor que pode aumentar porque o levantamento dos estragos ainda está em curso.
Para além da inundação de 20 mil hectares de campos agrícolas, dezenas de óbitos, vários feridos e cinco desaparecidos, as enxurradas destruíram total ou parcialmente 167 escolas, 344 salas de aulas, 25 casas de culto e centenas de casas de construção precária e convencional em todos os 23 distritos de Nampula, onde em vários pontos foi interrompida a circulação rodoviária e ferroviária e a assistência médica e alimentar das vítimas devido à intensidade das chuvas. O abastecimento de água e energia eléctrica é efectuado com restrições.
Rita Almeida, porta-voz do INGC, confirmou na última sexta-feira, em Maputo, que 181.000 pessoas, em Nampula, e 19 mil, em Cabo Delgado, foram atingidas pela chuva. A comunicação terrestre entre a cidade de Nampula e os distritos de Larde, Angoche, Mogingal, Liupo e Mossuril continua impossível. Varias fontes de água foram contaminadas.