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Variedade moçambicana de milho faz sucesso no Malawi

A “Sussuma”, uma das variedades de semente de milho desenvolvida em Moçambique pelo Instituto de investigação Agrária (IIAM), está a registar um enorme sucesso no Malawi, um dos maiores produtores de milho na região. Sussuma foi desenvolvida através de um processo de polinização aberta (não híbrida), tendo sido libertada pelo IIAM em 2001.

A mesma foi introduzida no Malawi, entre 2003 e 2004, pela SG 2000, uma organização não governamental que trabalhava com o Ministério moçambicano da Agricultura (MINAG). Inicialmente, a SG 2000 operava na área de extensão agrária, tendo mais tarde apostado também na qualidade das culturas.

Segundo Pedro Fato, “Melhorador de Plantas” e especialista na cultura do milho no IIAM, a Sussuma é uma variedade com alto valor proteico (devido a sua elevada qualidade) e elevado rendimento por hectare (cerca de seis toneladas, mas pode atingir oito toneladas em condições mais favoráveis). “Essa variedade foi levada para lá (Malawi) e está a dar sucesso”, disse Fato, em entrevista à AIM, acrescentando que aquele país vizinho usa também diversas outras variedades de sementes, insluindo híbridos.

Segundo escreve a agência de notícias “Reuters”, na presente campanha agrícola (2008/2009), este país vizinho deverá registar a maior safra dos últimos anos, prevendo-se que venha a atingir 3,4 milhões de toneladas de milho. Em Moçambique, a mesma e outras variedades de sementes produziram apenas 1,6 milhões de toneladas de milho na última campanha agrícola (2007/2008), segundo informações recentes do Ministro da Agricultura, Soares Nhaca.

Na presente campanha agrícola, o país espera colher 1,8 milhões de toneladas de milho. Essa e’ uma das razões que nos leva a questionar porque é que em Moçambique, a “Sussuma” e outras variedades de milho desenvolvidas localmente, tais como Matuba, Changalane, Djandza, Tsangano, Hluvukane e Olipa, continuam a registar baixos índices de produtividade comparativamente ao Malawi e outros países vizinhos.

Segundo Fato, as respostas para esta pergunta são várias, destacando-se a falta da tradição na utilização de adubos e mau funcionamento da cadeia de distribuição e comercialização de sementes.

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