O líder do partido de esquerda grego Syriza, Alexis Tsipras, tomou posse como primeiro-ministro nesta segunda-feira, um dia após conquistar uma vitória por ampla margem nas eleições da Grécia, numa breve cerimónia no gabinete do presidente Karolos Papoulias.
Ao fazer o juramento sem as tradicionais bênçãos religiosas que acompanham a cerimónia de posse de um novo primeiro-ministro, e sem gravata, Tsipras prometeu cumprir a Constituição após ter garantido a Papoulias que tem apoio suficiente para formar um novo governo.
O novo Primeiro Ministro deve anunciar o seu Governo na terça-feira, após ter fechado um acordo com o partido Gregos Independentes, uma pequena legenda de direita que, assim como o Syriza, se opõe ao resgate internacional à Grécia.
O Syriza obteve 149 assentos no Parlamento de 300 membros, recebendo 36,3 por cento dos votos, 8,5 pontos acima do partido conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras.
Tsipras, que ficou bem perto de conseguir uma maioria absoluta, será o primeiro líder de um governo da zona do euro comprometido a reverter a política de rigor fiscal implementada na Grécia como condição para receber o resgate em 2010.
A vitória do Syriza é um marco da rejeição ao modelo adotado para as economias em crise da zona do euro defendido pela chanceler alemã, Angela Merkel.
O resultado da eleição na Grécia também deve fortalecer os pedidos por uma mudança na região para políticas que promovam o crescimento econômico, em vez de cortes orçamentários.
O slogan de campanha do Syriza, “A esperança está a chegar!”, ressoou entre os eleitores, cansados dos cortes de gastos e aumentos de impostos ocorridos durante os anos de crise, período em que o desemprego subiu para mais de 25 por cento e milhões de pessoas foram lançadas à pobreza.
A Comissão Europeia informou, no entanto, que está pronta para comprometer-se com o novo governo da Grécia e ajudar o país com as reformas remanescentes. “A Comissão respeita totalmente a escolha soberana e democrática do povo grego. Estamos prontos para nos comprometer com o novo governo quando ele for formado”, disse o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, em entrevista.