O número de pessoas mortas na sequência do consumo de uma bebida alcoólica tradicional, supostamente envenenada, está a aumentar. Anteontem (sábado), falava-se de 30 mortos de um número superior a 100 pessoas que foram parar no hospital. Ontem (domingo), o número ascende a mais de 50 e com muitas outras pessoas internadas e em risco de morrer. Estou indignada com estas mortes.
Estou profundamente triste. Este caso faz-me lembrar de um amigo de infância que saiu de casa na companhia de uns amigos para se divertir e não regressou porque tomou uma bebida envenenada. Portanto, o risco de envenenamento durante o consumo de bebidas alcoólicas é grande e não importa que tipo de bebida se consome.
Contudo, espero que este caso de Chitima nos leve a reflectirmos, de forma séria e sem emoções, sobre a questão de consumo de álcool, quer o tradicional quer o formal/convencionalmente produzido.
O consumo de álcool em Moçambique é um problema de saúde publica. E é necessário fazer cumprir a lei, uma oportunidade para mostrarmos, como país, que a vida humana é o nosso maior activo. E lembrar que haverá reclamações, porque “ninguém” quer cumprir regras. Mas um dia, quando a ressaca passar, as pessoas vão entender que tudo foi para o seu bem.
Paz à alma dos meus concidadãos perecidos em Chitima e rápidas melhoras para aqueles que se encontram internados. Às famílias enlutadas e com parentes hospitalizados, vai o meu abraço e a minha solidariedade. Estarei a orar por vocês, para que superem a dor da perda.
Por Fátima Mimbire/Texto extraído da sua conta de Facebook e editada pelo @Verdade