O desgaste de solos está a ganhar contornos alarmantes na cidade de Nacala-Porto e ameaça engolir alguns bairros já em estado crítico naquele ponto do país, tais como Nicandavala, Ntupaia, Triângulo, Ribàué e Muchilipo.
Para Rui ShongSaw, presidente do Conselho Municipal daquela urbe portuária, a erosão constitui um perigo evidente que se agrava a cada dia que passa, mas o seu combate ultrapassa as capacidades da edilidade porque o projecto para o efeito exige bastante dinheiro. Nos onde a situação é considerada crítica, a circulação de viaturas é impossível.
Segundo Shong, um número não especificado de populares deverão abandonar as suas residências para se fixarem em zonas seguras e em expansão, cujos terrenos ainda estão em processo de demarcação.
O nosso interlocutor acrescentou ainda que o processo de deslocamento de terra está a assolar a cidade de Nacala foi agravada pela construção de habitações, na sua maioria de baixo custo, em zonas proibidas, em conivência com alguns funcionários do município afectos ao pelouro de Urbanização.
O edil disse também que as zonas afectadas pela erosão não dispõem de serviços básicos, nomeadamente água, remoção de lixo, vias de acesso, entre outros. E debatem-se com sérios problemas de urbanização.
Todavia, “nós possuímos algum material para mitigar os efeitos da erosão, mas a fixação de pessoas em zonas proibidas está a dificultar as acções planificadas para o efeito”, sublinhou Shong.
Refira-se que a cidade de Nacala conta com 42 bairros. Destes, mais da metade sofrem os efeitos da erosão de solos.