Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique, escapou na tarde de ontem, em Nacala-porto, a um atentado, alegadamente perpetrado pela guarda particular do líder da Renamo, Afonso Dlhakama, que, coincidentemente, também se encontra naquela cidade portuária.
Até ao inicio da noite de ontem, Daviz Simango e alguns quadros séniores que o acompanham na sua digressão a alguns distritos de Nampula, encontravam- se sob protecção policial no comando distrital daquela cidade portuária, tendo, depois, sido escoltado pela policia até à cidade de Nampula, onde se prevê que, hoje, reúna com a sua comissão política para “tomar certas diligências”.
Num contacto telefónico ontem, o próprio Daviz Simango explicou que, quando se preparava para subir ao alpendre, no local habitualmente usado para encontros populares em Nacala-porto, surgiram subitamente cerca de vinte homens, tendo um deles se apoderado de uma arma do tipo AKM na posse de um agente da policia em serviço, com a qual tentou disparar sobre a sua pessoa.
Escapei de morte certa porque a arma não tinha munições, porquanto o agente da PRM a quem foi arrancada violentamente, conseguiu retirar o respectivo carregador” – disse Daviz Simango, ainda visivelmente emocionado, para, em seguida, afirmar que não tem dúvida que aquela tentativa frustrada de assassinato foi a mando de Afonso Dlhakama, segundo ele, inimigo da democracia. Daviz Simango contou que sua retirada do local das escaramuças foi graças a uma pronta intervenção dos agentes da lei e ordem destacados para vigiar o local.
Contudo, a viatura que transportava o presidente do MDM ficou com os vidros destruídos devido a pedras arremessadas de diferentes direcções. O político disse que vai ponderar sobre o prosseguimento da sua digressão a alguns distritos de Nampula, porquanto tudo depende da decisão do partido, que deverá promover, hoje, um encontro de urgência para deliberar sobre a matéria.
O comandante distrital da policia da República de Moçambique em Nacala- Porto, Alexandre Guiador, confirmou as afirmações de Daviz Simango, confirmando que que se não fora a pronta intervenção dos seus agentes a tragédia teria sido consumada.
Segundo Guiador, um agente da corporação contraiu ferimentos em diversas partes do corpo em resultado do espancamento e sevicias que sofreu dos elementos da guarda pessoal do líder da Renamo. E que o referido agente encontrava-se, até ao fim da tarde de ontem, a receber tratamento médico no Hospital Geral local. Acrescentou que, para recuperar a arma na posse dos elementos da guarda pessoal de Afonso Dlhkama, teve de enveredar por negociações junto de alguns quadros seniores da “perdiz” para evitar o pior.
Aquele oficial da PRM referiu que a agitação que tomou os moradores da zona alta da cidade de Nacala-porto, estava, ao princípio da noite, a dissiparse de forma gradual, muito embora pudesse conhecer novos contornos, porquanto o comportamento dos membros da Renamo é intempestivo.