A polícia de Hong Kong retirou activistas de um dos principais locais de manifestação na cidade, esta quarta-feira (26), e prendeu Joshua Wong e Lester Shum, dois líderes do movimento estudantil responsável pelo movimento pró-democracia que tem abalado o centro financeiro asiático.
Houve confrontos quando a tropa de choque avançou contra centenas de manifestantes na Nathan Road, no bairro rico de Mong Kok, depois de conflitos durante a madrugada, disseram os testemunhas.
“Vocês não podem derrotar os corações dos manifestantes”, gritou Liu Yuk-lin, uma manifestante de 52 anos segurando um guarda-chuvas amarelo, símbolo do movimento, ao fincar posição diante de policiais com capacetes e aparato de protecção.
Não houve incidentes graves de violência, no entanto, e depois de cerca de três horas, a operação foi concluída e o tráfico passou a fluir normalmente na área onde os manifestantes estavam acampados desde Setembro em protesto pedindo mais democracia na ex-colónia britânica, actualmente sob controle da China.
Mong Kok era um ponto principal de confrontos entre os estudantes e a polícia que tentava romper os protestos, que representam um dos maiores desafios para os líderes do Partido Comunista da China desde a repressão às manifestações pró-democracia lideradas por estudantes em Pequim em 1989.
Mais de 100 mil pessoas chegaram a ir às ruas no pico das manifestações em Hong Kong, mas esse número caiu para algumas centenas mais recentemente.
Em Agosto, Pequim ofereceu ao povo de Hong Kong a chance de votar em seu próprio líder em 2017, mas disse que apenas dois ou três candidatos poderiam concorrer depois de obterem aprovação de um comité de nomeação formado principalmente por apoiantes do regime de Pequim. Os manifestantes exigem que os candidatos sejam livres para disputar as eleições.