As autoridades chinesas defendera, esta quarta-feira (19), os controles sobre a Internet para preservar a estabilidade, dizendo que o seu modelo de regulação do ciberespaço pode ser a estrutura para o surgimento de sucessos comerciais como o Alibaba.
Os comentários, feitos no começo da Conferência Mundial sobre Internet (WIC, na sigla em inglês), mostram que a China não deve afrouxar a rédea curta sobre o meio de comunicação, mesmo num momento de transformação do seu modelo económico.
“Aqui está cheio de turistas, que são perfeitamente ordeiros, e o ciberespaço também deve ser livre e aberto, com regras a seguir e sempre de acordo com o estado de direito”, disse o chefe de Internet e director do Escritório Estatal de Informações de Internet da China, Lu Wei, na conferência.
Lu estava a referir-se à cidade turística de Wuzhen, no leste da China, que está a receber a conferência de 3 dias. Entre os presentes na conferência estão executivos da Apple, do Facebook, LinkedIn, IBM, Microsoft, Qualcomm, SoftBank, Cisco Systems, Amazon.com, Nokia, Intel e da Thomson Reuters.
Os presentes já tiveram uma mostra da intenção da China quando, na terça-feira, o governo local bloqueou o acesso a uma leva de websites, o que um grupo de monitoria de Internet chamou de franca campanha de censura.
Com uma população de 1,4 bilhão de pessoas, sendo 632 milhões com acesso à Internet, a China é um mercado do qual ninguém quer ficar fora. Mas a China também tem o sistema de censura online mais sofisticado do mundo, conhecido fora do país como a Grande Firewall, em alusão à Grande Muralha da China.
“A Internet é uma faca de dois gumes”, disse o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado, Ma Kai, na conferência. “Se for bem usada, é um tesouro. Se for mal usada, é a caixa de Pandora. A cibersegurança é um desafio compartilhado enfrentado pela sociedade humana. Lidar de modo eficaz com isso é uma responsabilidade compartilhada por todos os governos”, disse Ma.