Os bilionários do Oriente Médio raramente têm problemas para colocar as mãos nos carrões que desejam, seja um Rolls-Royce caprichado nos detalhes ou um Bugatti personalizado. Mas há um modelo fora do seu alcance: o humilde Fusca do presidente uruguaio, José Mujica. Mujica revelou recentemente que um xeique árabe ofereceu 1 milhão de dólares norte-americanos pelo seu Fusca azul-claro de 1987, e fotos do veículo inundaram as mídias sociais quando o ex-guerrilheiro de esquerda apareceu nele para votar na eleição presidencial de outubro.
Mas nesta sexta-feira Mujica decepcionou qualquer pretenso comprador da raridade, que vale 3 mil dólares. “Jamais poderíamos vendê-lo. Ofenderíamos todos os amigos que ajudaram a comprá-lo para nós”, disse Mujica a uma rádio local.
O Fusca tornou-se num símbolo do estilo de vida modesto do popular presidente em fim de mandato, que rejeitou se mudar para o palácio presidencial para continuar a morar na sua casa numa quinta caindo aos pedaços e que doa boa parte de seu salário aos programas sociais de seu país.
A oferta do xeique aconteceu nos bastidores de uma cúpula em junho na Bolívia.
Mujica, conhecido de muitos uruguaios pelo seu apelido “Pepe”, prometeu estudar a proposta. Meses mais tarde, o embaixador mexicano no Uruguai, Felipe Enríquez Hernández, disse a Mujica que o carro alcançaria o preço de dez 4×4 num leilão.
No momento, parece que Mujica não vai mudar de ideia. “Não sei se algum dia o Fusca vai embora”, declarou. “Mas o que sei é que, enquanto eu estiver vivo, ele irá dormir na garagem.”