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Paciente com Ébola morre no Texas e os EUA vão medir a temperatura dos passageiros

A primeira pessoa diagnosticada com o Ébola nos Estados Unidos morreu, esta quarta-feira (8), e o governo ordenou que cinco aeroportos examinem os passageiros vindos do oeste do continente africano para detectar sinais de febre, ressaltando as preocupações sobre prevenção e tratamento do vírus no país.

O governo do presidente dos EUA, Barack Obama, tem sido pressionado pelos congressistas a reforçar a vigilância e até proibir voos desde que o liberiano Thomas Eric Duncan chegou à cidade de Dallas, no Texas, no final de setembro, depois de ter tido contacto com uma mulher africana que mais tarde morreu em decorrência do Ébola.

Duncan morreu nesta manhã numa área isolada de um hospital de Dallas. A Casa Branca anunciou que uma verificação adicional de febre será realizada em passageiros oriundos do oeste africano, onde a doença já matou quase 4 mil pessoas em três países – Guiné, Serra Leoa e Libéria.

A verificação irá começar no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, no próximo final de semana, e mais tarde será adotada nos aeroportos Liberty (Newark), Dulles (Washington), O’Hare (Chicago) e Hartsfield-Jackson (Atlanta). Combinados, esses aeroportos recebem mais de 94 por cento dos passageiros de Guiné, Libéria e Serra Leoa, os países mais atingidos pelo Ébola.

As autoridades irão usar um dispositivo não-invasivo para medir a temperatura dos passageiros e solicitar que preencham um questionário criado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) pedindo informações detalhadas de suas atividades. Duncan estava em estado crítico, isolado e usando um respirador no hospital Texas Health Presbyterian, de Dallas.

Ele chegou a receber um medicamento experimental para tentar mantê-lo vivo. O mesmo hospital disse que um homem que afirmou ter tido contacto com Duncan e que exibia sintomas estava a ser examinado. O CDC descreveu a pessoa como alguém que “não teve contacto definitivo com o Ébola ou sintomas claros do Ébola”.

Surgiram questionamentos sobre o impacto que uma dispensa inicial de Duncan do hospital pode ter tido em seu tratamento. Em testes de drogas experimentais do Ebola com animais, a chance de sobrevivência diminui quanto mais tempo se demora para iniciar os cuidados.

“Podes ter o melhor medicamento do mundo, chega um ponto no qual ele simplesmente não funciona”, disse o virologista Thomas Geisbert, do setor médico da Universidade do Texas, que realizou trabalhos pioneiros com tratamentos para o Ébola.

Duncan voou da Monróvia, capital da Libéria, aos EUA porque não apresentava febre quando foi examinado no aeroporto e mentiu no questionário dizendo não ter tido contacto com ninguém infectado pela febre hemorrágica.

Cerca de 48 pessoas que tiveram contacto directo ou indirecto com Duncan desde a sua chegada no dia 20 de Setembro estão a ser monitoradas, e até agora nenhuma mostrou quaisquer sintomas, de acordo com as autoridades de saúde, que assim como o CDC afirmam que as chances de o Ébola disseminar-se nos EUA é muito pequena.

Embora vários pacientes norte-americanos tenham sido levados de avião aos EUA partindo do oeste africano para serem tratados, Duncan foi a primeira pessoa que começou a exibir sintomas nos Estados Unidos. Uma enfermeira espanhola que cuidou de um padre infectado, que trabalhou na região africana afetada e morreu, também foi contaminada.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, apelou a outros governos, esta quarta-feira, para que façam mais para ajudar a conter a propagação do Ébola, exortou os países a não fecharem as suas fronteiras e pediu às companhias aéreas que mantenham seus voos para a África Ocidental.

O pior surto do Ébola já registado matou 3.879 pessoas num total de 8.033 casos até 5 de Outubro, e não há nenhuma evidência de que a epidemia está a ser mantida sob controle na África Ocidental, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta quarta-feira.

Libéria e Serra Leoa, os dois países mais atingidos, tinham apenas 21 por cento e 26 por cento dos leitos que precisavam, e os países vizinhos foram avisados ??para prepararem-se para que a doença se expanda pelas das suas fronteiras, disse a OMS.

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