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Centenas de curdos sírios fogem do grupo rebelde e aglomeram-se na fronteira turca

Quase mil curdos sírios reuniram-se na fronteira da Síria com a Turquia, esta sexta-feira (19), à procura de abrigo depois de os combatentes do Estado Islâmico terem tomado 21 vilas e cercado uma cidade curda no norte sírio, disse uma testemunha.

A multidão, composta maioritariamente de mulheres e crianças, ficou rente a uma barreira de arame farpado do lado sírio da fronteira, do outro lado da divisa com a cidade de Dikmetas, localizada a cerca de 20 quilómetros da cidade curdo-síria de Ayn al-Arab, também conhecida como Kobani.

O ataque a Kobani levou os militantes curdos a convocarem jovens do sudeste da Turquia, na maioria curdos, para unirem-se à luta contra o Estado Islâmico (EI), e ocorre dias depois de os militares dos EUA terem dito que a ajuda dos curdos sírios seria necessária contra os rebeldes islâmicos.

O número de curdos na fronteira diminuiu em relação a quinta-feira à noite, quando a estimativa era de cerca de 3.000, mas mais pessoas estavam a chegar a pé vindas de vilarejos próximos, carregando os seus pertences em sacolas, disseram testemunhas.

As forças de segurança turcas não permitiam que eles cruzassem a fronteira. “O tempo estava frio durante a noite, então a maioria voltou para suas vilas. Eles começaram a voltar para a fronteira de manhã”, disse Halil, um homem de cerca de 40 anos que estava do lado turco da fronteira.

Os soldados turcos armados com rifles formaram uma linha para manter a segurança na fronteira, mas permitiram que as pessoas do lado turco entregassem, do seu lado da cerca, água e comida para os deslocados sírios.

“As pessoas continuam a vir a pé e de veículos. Esperamos que esses números cresçam para 3 mil a 4 mil”, disse o representante municipal Huseyin Gundogdu. Segundo ele, as autoridades militares e os funcionários humanitários visitaram a área e estavam a avisar os curdos-sírios que eles receberiam ajuda perto do lado sírio da fronteira, perto de Kobani.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse que os governadores das províncias fronteiriças na Turquia, onde os militantes curdos insurgiram-se por décadas em busca de maior autonomia, haviam recebido ordens de auxiliar os refugiados no lado sírio da fronteira.

“Estamos prontos para ajudar os nossos irmãos que chegam à fronteira independentemente da sua etnia, religião ou seita. Mas a nossa prioridade é entregar essa ajuda do lado sírio da fronteira”, disse ele a repórteres na capital Ancara, na quinta-feira.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse na semana passada que não hesitaria em bombardear o Estado Islâmico, que tem utilizado a Síria como uma base para avançar com o seu plano de remodelar o mapa do Oriente Médio de acordo com uma visão extremista do Islão sunita.

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