Quinze crianças morreram depois de serem vacinadas contra o sarampo no norte da Síria, resultando na suspensão do programa de vacinação, disseram os trabalhadores de auxílio na quarta-feira (17).
A tragédia pode prejudicar a confiança nos serviços de saúde nas áreas controladas por opositores ao regime do presidente Bashar Al-assad. Uma investigação de um grupo de oposição sírio mostrou que um relaxante muscular que tinha um pacote semelhante ao da substância originalmente usada para diluir a vacina, foi usado na segunda aplicação das doses na província de Idlib, disse Mohammed Saad, da directoria de saúde do governo interino de oposição da Síria.
“A investigação está em curso para encontrar quem é o responsável”, disse Saad. As quinze crianças que morreram na terça-feira eram menores de dois anos, e outras dezenas passaram mal por conta da aplicação da vacina.
A população que vive no norte da Síria depende amplamente do trabalho de uma série de agências da ONU e de ONGs que disponibilizam serviços médicos essenciais, principalmente depois de o levante contra o presidente Bashar al-Assad ter evoluído para uma guerra civil.
O conflito que dura três anos deixou 10,8 milhões de pessoas em necessidade de auxílio urgente, com 4,7 milhões de pessoas em áreas difíceis de serem atingidas. A segunda rodada da vacinação contra o sarampo havia começado em Idlib e Deir ez Zor na segunda-feira.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que “disponibilizou uma equipe de especialistas para garantir assistência na investigação do incidente”, mas ressaltou que é vital que os esforços para a imunização sejam retomados na Síria logo que for possível.