Decorre, entre 11 e 15 de Agosto em curso, nas províncias de Cabo-Delgado e do Niassa, o tratamento do tracoma, uma doença oftálmica altamente contagiosa, transmitida por moscas caseiras e falta de higiene, devendo abranger dois milhões de pessoas.
Niassa apresenta a taxa mais alta desta enfermidade, 32 porcento, de acordo com dados de 2013 do Ministério da Saúde (MISAU). E pelo menos 300 mil pessoas, 6,8 milhões que vivem nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa padecem desta doença.
Nampula é tida como a zona onde a patologia se propaga facilmente devido à densidade populacional, estimada em mais de quatro milhões de habitantes, dos quais pelo menos 400 mil padecem tracoma.Francisco Mbofana, director nacional da Saúde Pública, disse que a campanha vai abranger também crianças e mulheres e deverá ser repetida nos próximos cinco anos. Em casos mais graves, acompanhadas de sinais tais como fotofobia, dor e lacrimejamento, o tracoma pode levar à cegueira.
Trata-se de uma enfermidade causada por uma bactéria que origina lesões na membrana espessa e transparente do olho e na película mucosa que forra o globo do olho e o une às pálpebras.
A bactéria que causa o tracoma, denominada Chlamydia Trachomatis, possui um período de incubação de cinco a 12 dias, depois dos quais o indivíduo apresenta sintomas de conjuntivite ou irritação ocular.
Outros sintomas incluem corrimento ocular, pálpebras inchadas, triquíase e inchaço dos nódulos linfáticos junto aos ouvidos.
A prevenção desta doença pode ser feita através da observância rigorosa de hábitos adequados de higiene, como lavar o rosto das crianças com frequência, não compartilhar objectos de uso pessoal e boas condições sanitárias.
Entretanto, existem pessoas que, por desleixo, simplesmente ignoram as campanhas de sensibilização com vista à prevenção do tracoma, o que faz com que o Estado despenda, anualmente, avultadas somas que serviriam para outros fins, realizando as mesmas campanhas.