O corpo de um jovem palestino sequestrado foi encontrado em Jerusalém, esta quarta-feira (2), despertando suspeitas de que tenha sido morto por israelitas para vingar a morte de três adolescentes judeus também sequestrados.
As notícias sobre a descoberta do corpo de Mohammed Abu Khudair, de 16 anos, visto pela última vez a ser empurrado para dentro de um veículo na manhã desta quarta-feira, desencadearam conflitos entre palestinos que lançavam pedras e policiais israelitas na cidade.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou os colonos judeus de matarem Abu Khudair e exigiu que Israel “aplique a punição mais severa contra os assassinos se realmente quiser a paz”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exortou a polícia a “investigar rapidamente quem está por trás do assassinato detestável e sem motivo”. Ele pediu a todas as partes que “não façam justiça com as próprias mãos”.
A polícia declarou ter encontrado um corpo nos arredores arborizados de Jerusalém. O pai de Abu Khudair disse à Reuters que a corporação informou-o que o cadáver era do seu filho.
Uma fonte de segurança de Israel disse que o seu país suspeita que o jovem tenha sido raptado em retaliação ao assassinato dos adolescentes judeus. Os seus corpos foram encontrados na segunda-feira, quase três semanas depois de serem sequestrados na Cisjordânia.
Israel afirma que os militantes do Hamas mataram os jovens, e o grupo palestino não confirmou nem negou a alegação. A Casa Branca criticou o assassinato de Abu Khudair e conclamou Israel e a Autoridade Palestina a “adoptar todas as medidas necessárias para evitar um clima de vingança”.
Netanyahu convocou o seu gabinete de segurança no fim desta quarta-feira, enquanto a violência também se alastrava pela fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza. Palestinos dispararam pelo menos uma dezena de foguetes e morteiros, e os militares israelenses realizaram um ataque aéreo.
O sequestro de Abu Khudair aconteceu um dia depois de os estudantes Gil-Ad Shaer, Naftali Fraenkel e Eyal Yifrah terem sido enterrados. O funeral foi acompanhado por dezenas de milhares de pessoas.
Enquanto os adolescentes eram enterrados, várias centenas de manifestantes bloquearam a entrada principal de Jerusalém, alguns aos gritos de “Morte aos árabes”. Mas os ataques mortais de vigilantes israelitas em retaliação explícita a agressões de palestinos têm sido raros nos últimos anos.