Dez imigrantes morreram afogados depois que o barco em que viajavam afundou na costa da Líbia, afirmou a Marinha italiana neste sábado, relatando as mortes mais recentes entre os milhares de imigrantes que tentam chegar à Europa vindos da África e da Síria.
Pelo menos 50 mil pessoas partiram do norte da África para a Itália até agora neste ano, superando os 40 mil que chegaram durante 2013, de acordo com as autoridades da guarda costeira italiana. Com isso, o total de 2014 deve superar os 60 mil que fizeram a viagem arriscada em 2011, quando as revoluções da Primavera Árabe afrouxaram os controles fronteiriços.
A Marinha afirmou que, juntamente com a guarda costeira italiana, salvou na sexta-feira 39 imigrantes de um barco que naufragou a cerca de 40 milhas náuticas do norte da Líbia, mas que também recuperou 10 cadáveres. Os oficiais não deram nenhuma informação sobre a nacionalidade das vítimas ou dos outros imigrantes, que foram transferidos para o navio de abastecimento italiano Etna.
A embarcação, que transporta cerca de 700 imigrantes recuperados nos últimos dias, se dirige para a capital siciliana, Palermo, onde deve chegar no domingo, informou a Marinha.
A onda de imigrantes que deixam a costa do norte da África está saturando a capacidade da missão naval italiana – chamado Mare Nostrum ou Nosso Mar – que patrulha as águas entre a África e a Itália por conta própria.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, exortou a Organização das Nações Unidas a intervir na Líbia, de onde ele diz que mais de 90 por cento dos imigrantes partem e onde gangues criminosas cobram mais de 1.000 dólares de cada pessoa para a viagem em embarcações inseguras.