Meninas e Meninos, Senhoras e Senhores, Avôs e Avós
Os mamparras desta semana são os gestores de topo das Linhas Áreas de Moçambique (LAM) que, nós últimos dias, sem recurso a defesa que o justifique, estão a deixar sem tranquilidade os utentes da famigerada companhia de bandeira.
Ainda são frescas, nas memórias de todos nós, as feridas abertas em resultado do despenhamento em solo namibiano de uma aeronave das LAM que tinha como destino Luanda.
O país está a viver um período conturbado por causa do roncar das armas na zona centro do país, devido à intransigência de “dois irmãos” que precisam de fumar um cachimbo da paz. Certos cidadãos decidiram usar as LAM como única alternativa para chegarem vivos aos seus destinos. É aqui onde as coisas ficam complicadas: chegar ao destino “vivo”.
Os media tem relatado com frequência que as LAM têm estado a “matrecar”, com voos cancelados sem aviso prévio e, na pior das hipóteses, com algumas falhas técnicas detectadas durante o voo, a par do que aconteceu na semana passada nos dos voos de Maputo/Tete, tudo isso para angústia dos seus utentes.
As viagens através dos voos daquela companhia tendem a ser feitos num ambiente de dúvidas. Para complentar essas incertezas, no mais pugente de todos os relatos, ficámos a saber que uma das aeronaves daquela companhia levantou o voo mas hora e meia depois aterrava no seu ponto de partida por alegados problemas técnicos que teriam sido detectados nas alturas.
O que mais intrigante é que temos gestores de topo das LAM remetidos a um silêncio assustador. As falhas graves de comunicação naquela empresa só podem expressar a incompetência nesta nuclear área de transporte aéreo, que a cada dia nos deixam mais inseguros e exasperados.
Os gestores de topo das LAM não auferem os balúrdios e benesses a que têm direito para ficarem sem mugir nem tugir em relação às preocupações e ao desespero dos seus clientes, mas, em contrapartida, eles manifestam-se na hora do tacho.
Os gestores de topo das LAM têm de sair dos esgotos em que se encontram escondidos, com o rabo de fora, e falar com os seus “patrões” (passageiros que lhes garantem o vencimento), nem que seja para lhe confessarem as suas limitações – com um pedido de desculpas – no ofício de transportar gente.
Não se pode ficar tranquilo com gestores dessa estirpe, que em momentos de crise continuam de olho nas próximas folhas de salários, subsídios e os devidos retroactivos, enquanto as pessoas que lhes asseguram esses privilégios sofrem com o seu próprio dinheiro.
Gestores dessa estirpe cabem bem, como desta vez, na fotografia dos mamparras.
Alguém tem de pôr um travão neste tipo de mamparices.
Mamparras, mamparras, mamparras.
Até para a semana, juizinho e bom fim-de-semana!