O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaça dividir o país, caso o governo não aceite as exigências do seu partido em sede do diálogo político. “Nós estamos cansados porque a Frelimo não nos quer. Perguntem a Guebuza se ele tem uma ilha onde vai colocar os da Renamo. Ou então vamos dividir isso”, disse Dhlakama, apontando que o Sudão foi dividido, a Alemanha federal e a democrática estavam divididos, a Coreia do Norte e do Sul estão divididas por causa dessas brincadeiras.
Dhlakama pronunciou-se nesses termos durante um contacto telefónico havido sexta-feira em Maputo com os líderes religiosos das principais Igrejas de Maputo, a quem acusou de estarem em conivência com o governo moçambicano.
“O país parece estar a arder, porque nós estamos a responder. Antes respondíamos só aqui na Gorongosa quando nos atacavam e ninguém falava”, acrescentou o líder da Renamo, durante o encontro exibido pelo canal de televisão privada STV.
Durante a conversa, as igrejas tentaram dissuadir o líder dos ataques, mas ele responsabilizou-as pela actual tensão, “agora estão a chorar, vocês não são sérios. São culpados. Têm medo de quê? O Guebuza é um rei do mundo? É um deus? Agora estão com medo de quê?”.
O diálogo político entre o governo e a Renamo tem-se caracterizado, nos últimos tempos, por sucessivos impasses, pelo facto de o governo não concordar com a exigência da Renamo, segundo a qual deve haver paridade nas Forcas de Defesa e Segurança e Polícia moçambicana. Mas o governo entende que assunto faz parte do segundo ponto da agenda referente a defesa e segurança.
Entretanto, neste domingo, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, afirmou a agência Lusa que os militares do seu partido poderão alargar, novamente, o conflito a outras regiões de Moçambique, em resposta a bombardeamentos do exército na serra da Gorongosa. “Estão a bombardear com B11 [antiaérea] a serra da Gorongosa (…) isso pode provocar o desdobramento dos militares [da Renamo] para Tete ou para as províncias do sul”.
A serra da Gorongosa, província de Sofala, centro de Moçambique, onde se supõe que esteja escondido o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou a ser alvo de ataques das Forças de Defesa de Moçambique desde quinta-feira, disseram à Lusa fontes do partido e moradores.
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