A seleção de Camarões que vai disputar o Campeonato do Mundo de futebol recusou-se a embarcar para o Brasil num voo marcado para este domingo, num ato de greve sobre questões de remuneração pela participação no torneio. Os atletas camaroneses já haviam se recusado a jogar anteriormente em função de desentendimentos financeiros com a federação de futebol, e a participação da equipe no Mundial ficou arriscada pela discórdia em torno do bónus que o grupo deveria receber por jogar no Brasil.
O técnico da seleção, Volker Finke, disse que as conversas estão avançadas, mas que os jogadores reclamam de que os 50 milhões de francos centro-africanos (cerca de 104 mil dólares) oferecidos não são suficientes. “Tenho certeza de que o problema será resolvido e que viajaremos já nessa tarde ou de noite”, disse Finke à Reuters.
Os jogadores permaneceram no hotel e jornalistas foram impedidos de encontrá-los.
O presidente da Federação Camaronesa de Futebol manteve conversas com sua equipe em seu escritório. Um membro da delegação camaronesa confirmou que o impasse em torno do pagamento de bónus foi resolvido no início da tarde. “Disseram-nos que o problema foi resolvido e que precisamos estar no aeroporto por volta de 21h30 (hora local)”, comentou o membro da comissão, que preferiu não ser identificado.
Um avião fretado estava marcado para deixar Yaounde na manhã deste domingo com destino ao Brasil, onde Camarões joga sua partida de estreia no torneio, na sexta-feira.
Os jogadores de Camarões ameaçaram na última semana iniciar uma greve até que recebessem o pagamento prometido por participar da Copa, mas retomaram as atividades no amistoso contra a Alemanha, no último domingo, de acordo com o jornal francês L’Equipe.
Demonstrando claro descontentamento dentro de campo, os atletas boicotaram a tradicional entrega da bandeira nacional para o capitão adversário no amistoso diante dos alemães, forçando o primeiro ministro camaronês a entregar a flâmula ao treinador da Alemanha, ao invés de seguir o protocolo.
O Camarões está no grupo A, ao lado do anfitrião Brasil, Croácia e México.