O Conselho Nacional da Juventude (CNJ) está reunido de 04 a 08 de Junho corrente, em VI Assembleia Geral, na província de Tete, para, dentre outros assuntos, eleger o novo presidente deste órgão, em substituição de Osvaldo Petersburgo. Todavia, as ligas juvenis da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não participam no encontro, supostamente porque não concordam com certos aspectos relacionados com a instrução do processo que culminará com a escolha de outro dirigente que, à partida, será considerado ilegítimo.
Os jovens da Renamo garantiram ao longo da última semana que não iriam participar na referida reunião porque não foram, em nenhum momento, consultados durante a preparação da assembleia e não receberam um convite formal dos organizadores.
Ivone Soares, presidente da Liga Juvenil da Renamo e deputada da Assembleia da República, disse que a sua agremiação esperava ser consultada sobre as datas da realização da VI Assembleia Geral da CNJ e em relação à eleição para a presidência da instituição. Ela afirma ainda que a sua Liga devia ter sido informada devidamente a respeito da agenda do mesmo evento, uma vez que neste momento o seu partido está concentrado na recolha de assinaturas para suportar a candidatura de Afonso Dhlakama às eleições de 15 de Outubro próximo.
“Gostaríamos, também, de ter tido acesso aos relatórios de actividades, de contas e dos resultados das auditorias eventualmente feitas aos projectos financiados pelas organizações da Nações Unidas e por outras fontes mas até ontem (referia-se a 03/06) essas matérias eram por nós desconhecidas”, lê- se num sítio de Internet onde a Liga Juvenil da Renamo anunciou a sua não participação no encontro.
Por sua vez, o líder dos jovens do MDM, Sande Carmona, disse ao @Verdade que o CNJ exigia dois mil meticais a cada associação juvenil que quisesse tomar parte na VI Assembleia Geral, mas não foram avançadas as razões que estiveram na origem dessas cobranças. Ele referiu que a ausência da organização tem a ver também com a falta de transparência nas contas daquele órgão que apoia fervorosamente o partido no poder.
“O CNJ perdeu legitimidade a partir do momento em deixou de seguir os seus objectivos de defesa dos interesses da juventude moçambicana a passou a defender os jovens da Frelimo”, disse Carmona adiantou que o presidente que for eleito no encontro em causa será ilegítimo.
Os jovens da Renamo e do MDM já apareceram publicamente, inúmeras vezes, a contestar a actuação da actual direcção do CNJ presidida por Osvaldo Petersburgo, que não vai concorrer com vista à renovação do seu mandato.
Dois candidatos concorrem à presidência do CNJ
De acordo com informações colhidas junto do presidente da Mesa da Assembleia Geral, Acácio Beleza, apenas dois candidatos formalizaram as suas candidaturas para a eleição do presidente do CNJ. Trata-se do de Manuel Ribeiro Formiga, proveniente da OJM, e Abel das Neves, da Associação Visão Juvenil.
Num breve contacto com o @Verdade, Acácio Beleza disse ser lamentável que as Ligas Juvenis da Renamo e do MDM não tenham submetido as suas candidaturas à presidência do CNJ.
“É mau que as Ligas da Renamo e do MDM não participem neste evento, na medida em que o Conselho Nacional da Juventude é uma plataforma que deve congregar todos os grupos sociais”, disse Beleza, acrescentando que a organização existe para arrolar as suas posições e preocupações.
A convocatória para a submissão de candidaturas a presidente daquela organização foi posta a circular desde o dia 10 de Abril passado e todas as ligas tiveram tempo suficiente para se prepararem.