Os refugiados agitavam bandeiras e erguiam fotos de Bashar al-Assad enquanto aglomeravam-se na embaixada síria no Líbano, esta quarta-feira (28), unindo-se aos sírios espalhados por vários países para votar numas eleições que parecem destinadas a legitimar um terceiro mandato de sete anos para o actual presidente.
Expatriados e fugitivos de guerra depositavam os seus votos em dezenas de embaixadas da Síria pelo mundo, antes de as eleições serem conduzidas dentro do país na próxima semana, um pleito que os opositores ao regime classificaram como uma farsa no meio de um conflito armado que caminha para o quarto ano.
Diversos países que se opõem a Assad, incluindo a França, proibiram a votação, mas o governo sírio disse que as pessoas ainda estariam aptas a votar em muitos países.
Assad está no poder desde 2000, quando assumiu o cargo das mãos do seu pai, Hafez, que antes governou por 30 anos. As eleições são uma demonstração da eficiência do governo em contornar uma revolta que já resultou na morte de mais de 160 mil pessoas, e de como isso estende a sua influência para além das suas fronteiras.
No Líbano, onde se encontram um milhão de sírios – a maior parte deles, refugiados – as pessoas foram levadas de autocarro para a embaixada em Beirute, com os veículos a bloquearem uma das três principais estradas e homens e mulheres agitando bandeiras da Síria e segurando retratos de Assad.
Os refugiados disseram à Reuters que foram mobilizados a votar por grupos libaneses pró-Assad e disseram que os autocarros foram pagos. Alguns afirmaram que os que não votassem seriam proibidos de retornar à Síria.
Dezenas de milhares de pessoas aglomeravam-se na entrada da embaixada, algumas esmagadas pela multidão. Ninguém disse ter votado em algum dos outros candidatos -Hassan Abdallah al-Nouri e o parlamentar Maher Abdel-Hafiz Hajjar. A TV estatal síria disse que a votação ocorria em 43 embaixadas e transmitiu imagens de Kuala Lumpur, Teerão e Amã.