Mais de 40 pessoas foram mortas em Odessa, esta sexta-feira (2), depois de os activistas pró-Rússia e partidários da unidade nacional da Ucrânia terem entrado em confronto na cidade portuária no sul do país, na região do Mar Negro.
Na pior violência em Odessa desde que o presidente Viktor Yanukovich foi deposto em Fevereiro, a polícia disse que 38 pessoas morreram sufocadas por fumaça ou foram mortas quando pularam das janelas depois que o prédio de um sindicado foi incendiado.
Os lados opostos no conflito, que se repete em outras partes da Ucrânia, especialmente no leste, já tinham se enfrentado antes em Odessa, mas a violência nunca havia resultado em mortes.
Alguns moradores dizem temer que ocorram agora tentativas de represália. Antes disso, a polícia informou que quatro homens morreram num confronto depois que uma passeata de manifestantes pró-governo central de Kiev foi emboscada. Bombas incendiárias, pedras arrancadas do pavimento e explosivos foram atirados durante os enfrentamentos, disseram.
Agitando a bandeira azul e amarela da Ucrânia, e com capacetes e bastões, milhares de ucranianos saíram às ruas em apoio à posição pró-europeia adotada pelo governo central. Alguns eram fãs do time local de futebol, o Chornomorets.
Num ataque mesclado com a rivalidade do futebol, activistas pró-russos, dos quais muitos usavam as cores da equipe do Metalist, da região de Kharkiv, no leste, embrenharam-se na multidão.
A polícia logo perdeu o controle da situação. Segundo os policiais, o prédio do sindicato foi depois incendiado. Dmytro Spivak, um parlamentar local, disse à televisão ucraniana que pelo menos seis jovens partidários das autoridades de Kiev haviam sido mortos no confronto.
“É bastante evidente que o lado pró-russo estava muito bem armado, bem organizado, e que essa ação foi planejada há muito tempo”, disse ele, acrescentando que a polícia pouco fez para interromper os confrontos.
Os novos líderes da Ucrânia, pró-ocidentais, acusam a Rússia de apoiar os grupos pró-russos para tentar desestabilizar um país que tenta desesperadamente se recuperar de meses de revoltas que levaram à derrubada de Yanukovich.
A Rússia nega estar intervindo nos levantes no leste e sul da Ucrânia e diz que a população local de língua russa está simplesmente protegendo seus direitos contra um possível ataque dos líderes ucranianos pró-Ocidente.