Dos 1,8 milhões de idosos moçambicanos, de entre os quais 1,4 milhões vivem no campo, o grosso deles, em situação de precariedade, morre por falta de atendimento e medicamentos nos hospitais públicos, sobretudo para a malária, tuberculose e a inexistência de antibióticos e anti-retrovirais.
Conde Fernandes, coordenador do Fórum da 3ª Idade, não avança o número de vítimas, todavia, considera que a falta desses fármacos nas farmácias pública arrasta as pessoas da terceira idade para a morte mormente por falta de fundos para adquiri-los nas farmácias privadas. O ancião disse que, também, não entende como é que há tantos medicamentos à venda na rua mas escasseiam nos hospitais.
A corrupção, a má gestão do próprio sistema de provisão de medicamentos, a má-fé por parte de alguns funcionários da Saúde, roubos planificados de fármacos do Sistema Nacional de Saúde desde são algumas razões da crise que degenera em morte de idosos, jovens e crianças, na óptica de Conde Fernandes, que fez estas declarações, recentemente, num encontro dos idosos, em Maputo.
Em resposta às preocupações das pessoas de terceira idade, Lídia Chongo, directora nacional adjunta de Planificação no Ministério de Saúde (MISAU), disse ao @Verdade, nesta quinta-feira (03), que o número de idosos está a aumentar, as preocupações relativas à saúde também crescem mas não de forma proporcional com a cobertura das unidades sanitárias.
A dirigente admitiu haver fragilidades na gestão de fármacos no país. Entretanto, o sector, em coordenação com várias organizações, incluindo o Governo, vai começar a trabalhar de forma atenta às preocupações das pessoas de terceira idade. “Se temos medicamentos no mercado paralelo mas não estão disponíveis nas unidades sanitárias, temos de ver como é que é feita a gestão dos bens públicos”, rematou Lídia Chongo.