Em partida pontuável para a quarta jornada do Torneio de Abertura de Futsal da Cidade de Maputo, o Grupo Desportivo Iquebal derrotou a Petromoc, por 4 a 3, e beneficiou a Liga Muçulmana que em virtude de ter humilhado com uma goleada o Centro Infantil Universo, por 8 a 1, ascendeu à liderança desta competição.
No confronto mais aguardado da noite, o Iquebal e a Petromoc entraram determinados a triunfar para continuar abraçados ao pódio da tabela classificativa, quando faltam somente duas jornadas para o término da primeira volta. Nos primeiros instantes da partida, a equipa da Petromoc foi a mais astuta e não levou muito tempo a encurralar o adversário na sua zona recuada. O Iquebal limitou-se a defender com três atletas, deixando o outro solto para que pudesse dar continuidade a eventuais jogadas de contra-ataque.
Não se pode negar que os “petrolíferos” exibiram maturidade e ousadia suficientes para, como temos vindo a referir, serem tratados como fortes candidatos à conquista da prova, ainda que bastante perdulários na hora de finalizar. Exemplo disso foi o lance que se deu, à passagem do terceiro minuto do jogo. Numa jogada pensada a partir do meio-campo, Nélson passou a bola a Edson, no lado direito, que, num toque subtil, isolou Carlão que disparou contra o corpo do guarda-redes Sulumba.
O primeiro sinal de vida do Iquebal foi dado no minuto seis. Depois de uma instantânea recuperação de bola, Malik galgou terreno e foi à busca de um companheiro que estivesse em posição privilegiada de dar o último golpe, tendo surgido Luck que, no meio de dois adversários, desferiu um portentoso remate que foi defendido por Nélson. Na tentativa de colocar a bola novamente em jogo, o guarda- -redes e o seu companheiro de equipa, Fernando, falharam na combinação e Manucho atirou por cima da baliza.
A partir deste instante, o confronto começou a ficar mais intenso, até porque o Iquebal já havia descoberto o caminho que o levaria ao primeiro golo. A equipa da Petromoc não tinha uma boa consistência defensiva e tremia a cada jogada de ataque da turma adversária. Depois de vários ensaios, o minuto nove foi decisivo a favor do Iquebal. Caló recebeu a bola de Dino e violou as redes de Nélson.
Mesmo em desvantagem no marcador, a Petromoc não mudou de postura. Continuou a correr atrás do golo e, à passagem do minuto 11, perdeu mais uma oportunidade de bater Sulumba. Foi na tentativa de fintar um adversário que Kapa, infantilmente, entregou a bola ao adversário, numa jogada que culminou com o remate fraquinho de Gerson para as mãos do guarda-redes. No contra-ataque, o poste esquerdo de Nélson devolveu o tiro subtil de Manucho. Nesta jogada, Dino destacou-se ao conseguir soltar-se de dois adversários, e ao fazer o chamado “passe de morte”, também conhecido por “último toque”.
Depois deste ensaio, diga-se, o Iquebal, finalmente, chegou ao segundo golo. Estavam jogados 14 minutos, quando Dino enganou o guarda-redes adversário depois de uma monumental perdida de bola dos jogadores da Petromoc. Com esta vantagem, os donos da casa decidiram baixar a intensidade que vinham imprimindo ao longo da partida, preferindo circular mais a bola do que necessariamente construir mais jogadas de ataque. A Petromoc recuperou da queda e decidiu, por esse motivo, colocar todo o seu “arsenal” no ataque.
A três minutos do fim da primeira parte, Carlão fez o público delirar de alegria, apesar de ter falhado na hora de rematar à baliza. Aquele jogador decidiu abrir caminho no meio de uma defesa compacta, passando por dois adversários. Carlão não marcou. Mas, como mandam as boas regras, fez marcar, dois minutos mais tarde. Aquele atleta da Petromoc entregou a bola a Gerson que, diante do guarda-redes, escolheu o melhor ângulo para reduzir a desvantagem no marcador.
Uma segunda parte de golos
O melhor momento do jogo ficou para o fim. A Petromoc voltou do intervalo demolidora e disposta a lutar por um resultado que lhe favorecesse. Investiu no ataque e causou muitos calafrios aos adeptos da equipa adversária, bem como uma espécie de desnorteamento do sistema defensivo do Iquebal. Foram necessários apenas dois minutos para surgir o golo do empate. Neste lance, Carlão esteve novamente em evidência ao tabelar com o seu companheiro de equipa Simião, atleta que se encarregou de enviar a bola até ao fundo das malhas de Sulumba.
Os jogadores do Iquebal limparam a “poeira” e retomaram ao jogo. Levaram também dois minutos – após o golo de Simião – para mostrar que eram merecedores dos três pontos. Do lado esquerdo, Dino cruzou para Caló que, no coração da área do guarda-redes, acertou no poste. O empate não deixou as duas equipas conformadas. Quer o Iquebal, quer a Petromoc tentaram, de várias formas, chegar ao terceiro golo. Mais perto esteve Dino, no minuto 30, em que depois de rodopiar com a bola colada ao pé, tirando dois adversários do caminho com um simples gesto técnico, rematou novamente contra o poste da baliza dos forasteiros.
O 3 a 2, a favor dos donos da casa, surgiu a oito minutos do término da partida e foi da autoria de Manucho. A bola voou até aos pés daquele jogador e Nélson, que estava em condições de travar o adversário, preferiu ficar entre os postes, sofrendo o terceiro golo do Iquebal. Segundos depois, num lance similar, Dino marcou o quarto tento da equipa. Quando todos esperavam que Nélson pegasse na bola, aquele guardião das redes hesitou e não foi a tempo de evitar mais um “frango” em plena noite de sexta-feira. Em cima do apito final do árbitro, a Petromoc reduziu a desvantagem na cobrança de uma grande penalidade, por intermédio de Simião.
O semáforo do jogo
Verde: Dino
Este atleta do Iquebal foi, quanto a nós, a melhor unidade em campo. Carregou a equipa nas costas e soube ser líder. Foi preponderante na conquista dos três pontos do seu conjunto. Marcou e fez assistências para os golos, como ditam as regras. Foi pouco interventivo nas manobras defensivas, mas soube anular o jogador mais perigoso da Petromoc, Carlão. Dino soube honrar a camisola que envergou neste triunfo do Iquebal sobre os petrolíferos.
Laranja: Carlão
No meio de um grupo em franco crescimento e apesar da derrota sofrida, Carlão foi a unidade que mais se destacou na equipa da Petromoc. Fez-nos esquecer o pálido jogo que fez na semana passada e que lhe fez parar no vermelho deste semáforo. Contudo, esteve alguns degraus abaixo daquilo a que nos habituou como um craque do futsal. Poderia ter sido mais solidário com os colegas e dado mais intensidade à atitude ofensiva da sua equipa.
Vermelho: Nélson
Este guarda-redes da Petromoc esteve irreconhecível debaixo dos postes. Cometeu erros inconcebíveis para a alta competição. Certamente que não podia colmatar os defeitos de toda a equipa, mas, nos três lances em que se divorciou das suas funções, sofreu golos. Nélson tinha de ser mais ousado nas saídas e intervir nas disputas de bola, bem como imprimir maior rapidez na reposição de bola, de modo a permitir o contra-ataque da sua equipa.
Liga Muçulmana humilha Centro Infantil e lidera o torneio
A Liga Muçulmana beneficiou da derrota do seu adversário directo, a Petromoc, para assumir a liderança do Torneio de Abertura de Futsal da cidade de Maputo. Na noite daquela sexta-feira (28), os muçulmanos humilharam o Centro Infantil Universo, por 8 a 1, com golos de Ricardo (2), Mário, Mandito, Arcanjo, Silva, Costa e Rúben. O tento de honra dos “petizes” foi apontado por Heisha. Na outra partida, o Nassela’s desperdiçou uma soberba oportunidade para liderar a competição ao conceder um empate, a quatro golos, à ADEC.