A ex-primeira ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, rejeitou neste sábado uma proposta feita pelos partidos que integram a atual coligação governante em prol de uma candidatura única do empresário Petro Poroshenko nas eleições presidenciais de 25 de maio, e reiterou sua intenção de disputá-las.
Tymoshenko, que foi colocada em liberdade em 22 de fevereiro após ficar mais de dois anos e meio na prisão, condenada de corrupção e abuso de poder, recebeu hoje apoio unânime à sua candidatura durante o congresso federal de seu partido, o Batkivschina (Pátria).
Poroshenko tinha pedido a Tymoshenko para que o apoiasse nas eleições presidenciais, assim como fez o líder do partido Udar (Golpe), o ex-campeão mundial de boxe Vitali Klitschko. Poucos esperavam que a carismática líder da Revolução Laranja de 2004 seguisse o conselho de Klitschko de renunciar a suas ambições pessoais em favor de Poroshenko, que segundo as últimas pesquisas é o favorito.
Quando assumiu o cargo de primeira-ministra, em 2005, Tymoshenko enfrentou abertamente Poroshenko, a quem acusou de corrupção, o que a afastou do então presidente, Viktor Yushchenko, que a acabou destituindo.
Segundo analistas políticos locais, as disputas internas entre os partidários de Tymoshenko e Poroshenko provocaram a cisão da coligação laranja, e o posterior retorno ao poder de Yanukovich, o grande derrotado na revolução de 2004. Ao apresentar sua candidatura na quinta-feira, Tymoshenko se definiu como “a candidata da unidade” e lembrou sua capacidade de combater a corrupção.
Natural de Dnipropetrovsk, região cuja maioria da população é de origem russa, ela disse estar convencida de que vai recuperar a Crimeia, que na última semana passou a integrar a Rússia “Considero Vladimir Putin o inimigo número 1 da Ucrânia”, declarou.