Famílias chinesas furiosas com a falta de informações ameaçaram, terça-feira (18), realizar uma greve de fome até que o governo da Malásia revele a verdade sobre o destino dos seus parentes a bordo de um voo MH 370 da Malaysia Airlines, que desapareceu na sua rota de Kuala Lumpur a Pequim.
Dez dias depois do desaparecimento do avião, depois de uma hora da decolagem, centenas de familiares ainda estão à espera de informações num hotel de Pequim. Cerca de dois terços dos 239 passageiros a bordo da aeronave são chineses.
As famílias mostraram a sua impaciência e o seu sofrimento aos representantes chineses enviados pela companhia aérea para encontrá-los na terça-feira e exigiram ver o embaixador da Malásia.
“O que queremos é a verdade. Não deixe que eles se tornem vítimas da política. Não importa o partido político ao qual você pertence, não importa o poder que você tem, se não houver vida, qual é o sentido? Onde está a compaixão?”, questionou uma mulher de meia-idade, revoltada. “Estás sempre a ir e a vir. Acho que o teu governo no fundo sabe, por isso nós queremos que nos respondas. Porque estás sempre a enganar-nos com mentiras”, acrescentou um homem.
A China tem apelado repetidamente às autoridades da Malásia para dar uma assistência melhor aos parentes dos passageiros chineses, e para fornecer-lhes informações actualizadas.
“A China está o tempo todo exigindo que a Malásia e a Malaysia Airlines respondam sinceramente aos pedidos razoáveis das famílias chinesas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hong Lei em uma entrevista colectiva, que ocorre diariamente. O representante chinês da companhia aérea disse que as informações destinadas às famílias estavam acima de seu controle.
“Eu aceito as críticas e erros que você apontou. Mas o problema é que algumas informações e materiais nós não temos realmente nenhuma maneira de acessar. Da minha posição, eu realmente não consigo acessá-los. Então, eu imploro seu perdão”, ele disse. Na saída dos representantes, as famílias gritavam palavras de ordem e erguiam os punhos no ar.
“Respeitem a vida, encontrem nossos parentes! Vocês estão entendendo? Vocês estão entendendo?” Em entrevista a jornalistas, uma mulher que liderou os protestos disse que as famílias foram convocadas a fazer uma greve de fome. “Nós vamos fazer uma greve de fome”, disse ela.
“As famílias estão à beira do colapso. Há tantas famílias indo e vindo, alguns já foram embora. Os jovens podem suportar, mas os idosos já desmontaram”, ela afirmou. Não ficou claro quantos dos parentes iriam aderir à greve de fome ou quando ela seria iniciada.