A Electricidade de Moçambique E.P. (EDM) vai beneficiar, a partir de 2017, de cerca de 50 megawats de um total de 300 megawats a serem produzidos pela Central Termoeléctrica a Carvão de Moatize, cujo contrato de concessão de 25 anos, foi assinado, esta sexta-feira, em Maputo, pelo Governo e o consórcio Acwa Power Moatize Termoeléctrica.
A construção do novo empreendimento energético, na área de concessão mineira da Vale Moçambique, na província de Tete, representa um investimento de cerca de 1.000 milhões de dólares norte-americanos.
Durante a fase de construção, o projecto vai empregar 1.470 trabalhadores moçambicanos, dos quais 130 permanecerão no período de operação da central térmica. Intervindo na ocasião, o ministro da Energia, Salvador Namburete, disse ser “inquestionável o papel e a contribuição do projecto Termoeléctrico de Moatize, na matriz energética de Moçambique, na óptica do desenvolvimento e aproveitamento sustentável do potencial energético de que o País dispõe”.
“A capacidade de 300 megawats a ser instalada na primeira fase do projecto irá proporcionar a disponibilidade de energia eléctrica para a satisfação efectiva das necessidades de desenvolvimento socio-económico de Moçambique, bem assim responder às necessidades de médio prazo, em termos de energia eléctrica, cujos níveis de consumo têm vindo a registar um crescimento assinalável nos últimos anos, em virtude de um número cada vez maior de moçambicanos a beneficiar de energia da Rede Eléctrica Nacional”, referiu o governante.
Com a assinatura do contrato de concessão, a Acwa Power Moatize Termoeléctrica passou a dispor do mais importante instrumento para prosseguir com todas as acções de construção da central térmica, incluindo a conclusão dos contratos de compra e venda de energia, financiamento, contratação de fornecedores e empreiteiros para o empreendimento.
Augusto de Sousa Fernando, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM considerou que os cerca de 50 megawatts que a empresa vai beneficiar vão ajudar a equilibrar o balanço do fornecimento de energia no País.
“Neste momento, naquilo que é o consumo de País, 99 por cento é proveniente de fontes hídricas, o que é um risco muito grande, porque em caso de uma seca, nós podemos ficar sem energia e a produção com recurso ao carvão mineral é uma forma de diversifi Augusto Fernando acrescentou que a energia da Central Térmica de Moatize vai ainda ajudar no fornecimento de energia de qualidade, sobretudo na região de Tete, onde temos muitos projectos de desenvolvimento a acontecer.
Disse ainda esperar que haja oportunidade para “expandir esta central, pois estamos a crescer cerca de 100 megawats por ano, pelo que os 50 megawats que vamos receber serão já consumidos praticamente, daí que esperamos que haja iniciativa de se avançar com a segunda fase do projecto, por forma a aumentar o nosso balanço energético”.
Para o presidente da Acwa Power Internacional, Paddy Padmanath, o contrato de con- cessão ora assinado “permite-nos concluir o processo de financiamento e começar a construção do empreendimento ao mais alto nível”.