Um radar militar da Malásia detectou o que pode ter sido o avião desaparecido há quase cinco dias numa área ao sul da ilha tailandesa de Phuket, a centenas de quilómetros da última posição conhecida da aeronave, informou o comandante da Força Aérea do país, esta quarta-feira (12).
Depois duma série de declarações contraditórias, a mais recente revelação mostra que as autoridades continuam sem certezas, até mesmo de onde procurar o avião, e longe de conseguirem explicar o que aconteceu com o voo MH370 da Malaysia Airlines e as 239 pessoas a bordo.
O voo desapareceu dos radares civis pouco antes de 1h30 da madrugada de sábado, menos de uma hora depois de decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim, enquanto voava para nordeste pelo foz do Golfo da Tailândia. O que aconteceu depois é um dos mistérios mais intrigantes da história da aviação moderna.
O comandante da Força Aérea da Malásia, Rodzali Daud, disse em entrevista colectiva que uma aeronave foi registada no radar militar às 2h15, a 320 quilómetros a noroeste da ilha de Penang, na costa oeste da Malásia. Não foi confirmado se o avião não identificado era o voo MH370, mas a Malásia estava compartilhando os dados com as autoridades civis e militares internacionais, disse Rodzali.
“Nós ainda estamos trabalhando com os especialistas, é um registo sem identificação.” Na mais recente pista, um site de uma agência do governo chinês informou nesta quarta-feira que um satélite da China fotografou três “objectos suspeitos flutuantes” no domingo em águas a nordeste de Kuala Lumpur e no sul do Vietname.
A agência disse que as imagens foram tiradas sobre a “área suspeita do acidente no mar”, que não é muito longe de onde o avião fez sua última comunicação conhecida com o controle de tráfego aéreo.
O site da Administração Estatal da Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional afirmou que os objectos mediam cerca de 22 a 24 metros, 14 a 19 metros e 13 a 18 metros.
Não houve explicação imediata sobre o motivo de a agência chinesa esperar por quatro dias para revelar as imagens. Um alto funcionário da Defesa dos EUA disse que os satélites norte-americanos não haviam localizado qualquer sinal do acidente.
Espera angustiante
De acordo com os dados do Rodzali, se o registo for mesmo do avião desaparecido, a aeronave teria voado por 45 minutos e perdido apenas cerca de 5.000 pés (1.500 metros) de altitude nesse período. Não foi informada a direcção em que estava indo e ainda não há informações sobre o que aconteceu a bordo, prolongando a agonia de centenas de parentes das pessoas a bordo.
A posição a 320 quilómetros a noroeste de Penang, na parte norte do Estreito de Malaca, colocaria o avião aproximadamente ao sul de Phuket e a leste da ponta da província de Aceh, na Indonésia, e das ilhas de Nicobar, na Índia. Indonésia e Tailândia disseram que suas forças militares não haviam detectado sinais incomuns de aeronaves em seu espaço aéreo. A posição identificada fica a centenas de quilómetros a oeste do ponto de onde o Boeing 777 saiu das telas de controle de tráfego aéreo.
A Malásia pediu à Índia para ajudar no rastreamento da aeronave, e aviões da guarda costeira de Nova Délhi aderiram à investigação. Autoridades, no entanto, continuam a procurar em torno de dois locais – na última posição conhecida do avião sobre o Golfo da Tailândia e ao redor do local de registo pelo radar onde o Estreito de Malaca encontra o mar de Andaman.
No total, o rastreamento se estende por mais de 93.000 quilómetros quadrados, uma área do tamanho da Hungria. Até agora, não foram encontrados destroços do avião. Mais de uma dezena de países estão ajudando a Malásia na investigação, com 42 navios e 39 aeronaves utilizadas no rastreamento, disse o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein.
A Malásia tem sido criticada por dar informações conflitantes e confusas sobre a última localização conhecida do avião. O Vietname reduziu brevemente as operações de busca ao largo da costa sul, dizendo que estava recebendo informações escassas e confusas da Malásia. O governo de Hanói informou mais tarde que a investigação – agora em seu quinto dia – estava de volta com força total, estendendo-se à terra. A China também disse que sua força aérea vasculharia áreas no mar.