O Presidente da República, Armando Guebuza, condecorou esta segunda-feira (03), Dias dos Heróis moçambicanos, centenas de figuras com diversos títulos honoríficos em reconhecimento pelos seus préstimos e empenho nas mais diferentes áreas de desenvolvimento do país porém a nossa menina de ouro, Maria de Lurdes Mutola, foi esquecida.
Entre os galardoados consta o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Khálau, a quem foi atribuído o título honorífico “Ordem Samora Moisés Machel” do 1º Grau como forma de valorização dos seus “actos excepcionais de coragem, sacrifício, solidariedade, empenho pessoal e dinamismo de direcção”.
O reconhecimento do comandante-geral da PRM pelos serviços prestados à “pátria de heróis” ocorre numa altura em que a sua competência tem sido posta à prova, principalmente pelo recrudescimento da onda de sequestros, tido como crime organizado, na capital do país.
Aliás, sobre essa matéria, Khálau deixou mais uma promessa que se junta a muitas outras já por ele feitas em relação ao combate a crime. Disse que os sequestros estão com os dias contados, mas não apontou, como tem sido hábito, nenhuma estratégia para acabar com este tipo de crime que abala o país, impondo insegurança nas pessoas.
Relativamente à tensão político-militar que se vive no país mesmo com sinais de avanço no diálogo entre o Governo e a Renamo, o líder da Polícia como que a apoiar a posição defendida recentemente pelo conselheiro e porta-voz do Chefe do Estado, Edson Macuacua, segundo a qual o país não está a viver nenhuma instabilidade, afirmou que o Moçambique está tranquilo.
“Nós não diríamos que é uma instabilidade generalizada. Não diríamos que a situação do país está tão intranquila. O país está tranquilo. Nós continuaremos a trabalhar e os cidadãos que foram condecorados vão continuar a trabalhar para manter a ordem e tranquilidade. Não vamos dobrar as mãos à espera que a tranquilidade venha de forma automática”, disse, acrescentando em seguida que “as perturbações que aparecem num e noutro ponto do país não significam que o país está, de uma forma geral, estável”. Para Khalau, a sua distinção significa mais desafio e determinação no combate ao crime.
Para além de Jorge Khálau foram distinguidos com o título “Ordem Samora Moisés Machel”, Manuel Mucananda (1º Grau), Miguel Francisco dos Santos e Pascoal Pedro João Ronda, ambos de 2º Grau. A “Ordem Samora Moisés Machel” é atribuída com o objectivo de valorizar os actos excepcionais de coragem, sacrifício, solidariedade, empenho pessoal e dinamismo de direcção.
Outras condecorações
Ainda no âmbito de reconhecimento de figuras nacionais pelos seus préstimos nas mais diversas frentes foram galardoados o ex-número dois da Renamo, Raul Domingos, que em representação deste partido, negociou com Armando Guebuza (representante do Governo) o Acordo Geral de Paz que pôs fim à guerra em 1992, assinado em Roma.
Na mesma categoria (Ordem do 4 de Outubro 1º Grau), foi galardoado o bispo da Beira Jaime Gonçalves. Nesta lista constam entre outros nomes de Teodato Hongwana, Tobias Dai, e Dom Dinis Singulane. Enquanto para 2º Grau foi distinguido o então jornalista Tomás Vieira Mário, entre outros.
As “Medalhas de Mérito Artes e Letras” foram atribuídas a Luís Bernardo Honwana, Alberto Viegas, Bacar Cuine, Domingos Honwana (Xidimiguana), Francisco da Conceição, Gabriel Chiau, Gil Pinto, Grupo Cultural Polivalente Kwaedza, José Forjaz, José Cardoso, Lindo Lhongo, Mafende Mentiroso, Mankeu Mahumane, Manuel Soeiro, Matias Ntundo, Noel Langa, Calane da Silva, Reinata Sadimba, Tobias Sixpence, Dilon Djindji, Venâncio Mbande, Zena Bacar.
À Universidade Lúrio e Centro de Investigação em Saúde da Manhiça foi atribuída a “Medalha Bagamoyo” concedida com o objectivo de consagrar e valorizar o papel essencial da educação na edificação e desenvolvimento da Pátria. Na “Medalha de Mérito Académico” foram condecorados o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Quilambo, reitor da Universidade Pedagógica, Rogério Uthui e Fernando Francisco Tsucane.
Os antigos combatentes Eduardo Mondlane, Josina Machel, Filipe Magaia, Sansão Muthemba, Milagre Mabote, entre outros, e o poeta José Craveirinha, foram agraciados com o título honorífico Herói da República de Moçambique.
Para além daquelas, houve distinção com Medalhas: Veterano da Luta de Libertação de Moçambique; Mérito de Polícia; Mérito da Ciência e Tecnologia; Mérito Combate à Pobreza; Mérito Económico; Mérito do Trabalho; Ordem Militar 25 de Setembro; Ordem 25 de Junho.