O acesso ao bairro dos Pescadores, no Distrito Municipal KaMavota, na capital moçambicana, há muito que não é fácil devido ao estado precário da estrada de terra batida. A chuva que caiu nesta quarta-feira (08) veio agravar o estado da via e, por conseguinte, o transporte semi-colectivo de passageiros é escasso porque desde esta quinta-feira (09) alguns operadores têm como último ponto de desembarque e embarque o terminal da Costa do Sol.
O troço em alusão é o único que dá acesso ao bairro dos Pescadores e por causa do problema a que nos referimos — que nesta época chuvosa poderá deteriorar-se e complicar a vida dos munícipes — os utentes dos “chapas” são forçados a percorrer uma distância de pouco mais de três quilómetros do terminal da Costa do Sol ao bairro dos Pescadores.
Pedro Mazive, condutor de “chapa” na rota Praça dos Combatentes/Bairro dos Pescadores, disse ao @Verdade que neste último ponto as condições de transitabilidade não são das melhores. A chuva desta terça-feira piorou a situação e é preciso fazer “gincanas” para chegar a Pescadores devido aos buracos, que em jeito de escárnio do edil de Maputo, David Simango, os munícipes os chamam de “simangolitos”.
“As viaturas estão a danificar-se paulatinamente e as que apresentam deficiências mecânicas há muito tempo pioram por causa dos buracos, por isso, optei por não chegar ao terminal dos Pescadores. Encurtamos a rota porque já não há mínimas condições para circular”, disse João Miguel, outro automobilista do mesmo troço.
Constâncio Oliveira e Aida Matsinhe, residentes no bairro dos Pescadores, não esconderam a sua insatisfação depois de caminharem do terminal da Costa do Sol até aos seus destinos por falta de “chapa”.
Apesar de eles terem aguentado quase uma hora na paragem, nenhum “chapeiro” chegava àquele bairro. E disseram que sempre que chove sofrem passam pelo mesmo sofrimento; por isso, sugerem que em vez de terraplanagem a estrada seja asflatada.