Mustapha Zitouni, que abriu mão de jogar um campeonato do mundo para aderir a uma equipa clandestina que defendia a independência da Argélia, morreu, domingo (5), informou a imprensa francesa.
A sua morte aos 85 anos em Nice aconteceu depois de uma longa doença. O defesa nascido em Argel era a primeira escolha para a posição da selecção francesa antes do campeonato do mundo de 1958 na Suécia e foi descrito pelo ex-astro do Real Madrid Alfredo Di Stefano como um dos melhores defensores da Europa.
Mas ele abriu mão da sua carreira com o Monaco e a selecção francesa para juntar-se a outros atletas argelinos, que também jogavam na França, para formar o clube clandestino da Frente de Libertação Nacional da Argélia (FLN), que procurava a independência da França.
A deserção em massa meses antes do Mundial, que também incluiu Rachid Mekloufi, de presença constante na selecção da França, causou imenso furor em solo francês e ajudou a divulgar a causa argelina.
A equipe representou a FLN por quatro anos em cerca de 80 partidas em todo o mundo até a independência em 1962. Zitouni então jogou e foi técnico do RC Kouba e jogou sete partidas pela selecção da Argélia independente, antes de ser treinador na Líbia e voltar à França para trabalhar para companhias aéreas argelinas em Nice.
Ele actuou quatro vezes pela selecção francesa, incluindo uma partida contra a Inglaterra em Wembley no fim de 1957.