As forças rebeldes no Sudão do Sul apoderaram-se de alguns poços de petróleo e assumiram o controle de metade da capital da principal região petrolífera do país, segundo informações do governo e do Exército, esta quinta-feira (26), enquanto os líderes africanos mantinham conversações para evitar uma guerra civil.
O presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, e o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, encontraram-se com o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, na capital, Juba, numa tentativa de encerrar quase duas semanas de combate no país mais novo do mundo.
“O Sudão do Sul é uma nação jovem que deveria ser poupada de desvios desnecessários na sua agenda de desenvolvimento. Tenham sabedoria e interrompam a perda de vidas inocentes”, disse Kenyatta num comunicado. O ministro de Relações Exteriores da Etiópia, Tedros Adhanom, definiu as conversações como “muito construtivas e muito francas”.
Não ficou claro se a delegação também se reuniu com o líder rebelde, o ex-vice-presidente Riek Machar, que foi demitido por Kiir em Julho. A violência irrompeu em Juba a 15 de Dezembro e espalhou-se rapidamente, dividindo o país de 10,8 milhões de habitantes, e sem saída para o mar, em posições com base na etnia: de um lado os Nuers – povo ao qual Machar pertence – e de outro, os Dinkas, do qual Kiir é originário.
O chefe da missão da Oeganização das Nações Unidas no Sudão disse que mais de 1.000 pessoas morreram no conflito. Os rebeldes e as tropas do governo entraram em confronto pelo terceiro dia seguido em Malakal, capital do maior Estado produtor de petróleo, o Alto Nilo, disse o porta-voz militar Philip Ague.