O Egito aumentou a pressão sobre a Irmandade Muçulmana, esta quinta-feira (26), prendendo pelo menos 38 simpatizantes sob a suspeita de pertencerem a organizações terroristas um dia depois de o grupo ser classificado desta forma pelo governo, informaram as autoridades de segurança.
O general Abdel Fattah al-Sisi, chefe do Exército que liderou a deposição do presidente islamita Mohamed Mursi em Julho, disse que o país seria “firme” diante do terrorismo, depois de uma bomba de pequeno porte ser detonada no Cairo, ferindo cinco pessoas.
O governo declarou a Irmandade Muçulmana um grupo terrorista na quarta-feira em resposta a um ataque suicida no dia anterior que matou 16 pessoas no Delta do Nilo, acusando o grupo de promover o ataque.
A Irmandade, que afirma ter mais de 1 milhão de membros, condenou o ataque. A declaração dá às autoridades um amplo conjunto de medidas para combater o movimento que levou Mursi à Presidência há 18 meses, mas que entrou na clandestinidade desde a deposição de Mursi pelo Exército.
Dezasseis prisões aconteceram na província de Sharkiya, no Delta do Nilo. A agência de notícias estatal disse que os presos foram acusados de “promover a ideologia do grupo Irmandade Muçulmana, distribuindo os seus panfletos, e incitando violência contra o Exército e a polícia”.
A partir de agora qualquer um que esteja a participar participar dos protestos da Irmandade Muçulmana será preso por cinco anos, disse o porta-voz do Ministério do Interior Hany Abdel Latif à TV estatal. As penas podem chegar até à prisão perpétua.
“A sentença pode ser de morte para aqueles que lideram essa organização”, disse ele. As acusações de terrorismo também podem ser aplicadas a qualquer um que financie ou promova o grupo “verbalmente e na escrita”. A publicação do jornal da Irmandade, o Liberdade e Justiça, foi suspensa pela decisão.
O Estado acusou a Irmandade de se tornar violenta desde que o Exército derrubou Mursi depois de gigantescos protestos contra o governo liderado por ele. Desde então, os ataques contra as forças de segurança tornaram-se comuns, com cerca de 350 soldados e policiais mortos.
A Irmandade nega ter se tornado violenta, e alega que o Exército promoveu um golpe sangrento e matou centenas de simpatizantes do grupo.