Alguns países europeus enviarão soldados para ajudar a missão franco-africana a restaurar a ordem na República Centro-Africana, disse, esta terça-feira (17), o chanceler francês, Laurent Fabius.
A França já enviou 1.600 soldados à sua ex-colónia para evitar um agravamento da violência entre milícias cristãs e os rebeldes, na maioria muçulmanos, do Seleka, que derrubaram o ex-presidente François Bozizé.
Centenas de pessoas foram assassinadas na semana de 5 de Dezembro na capital do país, Bangui, quando os combatentes de ambos os lados foram porta a porta executar civis. Algumas vítimas foram linchadas ou apedrejadas até a morte, disseram os moradores.
Numa reunião de chanceleres da União Europeia na segunda-feira, a França pediu mais ajuda aos aliados para reforçar a sua missão de manutenção da paz para além da ajuda logística e financeira. “Logo teremos no terreno soldados dos nossos colegas europeus”, disse Fabius em resposta a uma pergunta sobre a falta de apoio na República Centro-Africana.
A vida em Bangui pareceu voltar ao normal nesta terça-feira, com crianças a brincarem de futebol e táxis a passarem nas ruas menos de meia hora antes do início do toque de recolher, disse um repórter da Reuters.
Mas o grupo de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional advertiu que o país precisa de mais soldados com urgência para proteger os moradores na capital onde, segundo a organização, foram cometidos crimes de guerra.
Enquanto os países europeus como Polónia, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Bélgica já haviam oferecido várias formas de ajuda, os soldados franceses intervêm sozinhos pela segunda vez neste ano depois de expulsarem rebeldes islâmicos do Mali, outra ex-colónia francesa.