Cinco agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) balearam dois garimpeiros, dos quais um mortalmente, no distrito de Alto-Molocué, na província da Zambézia, na terça-feira passada (10), quando as vítimas resistiram a uma tentativa de extorsão protagonizadas pelos mesmos policiais.
O incidente deu-se nas minas de Ouro Sport, no povoado de Murreputeia, naquele distrito. Os agentes da Lei e Ordem em causa recorreram à força para supostamente se apoderar de duas motorizadas que na altura estavam na posse dos garimpeiros. Estes não aceitaram submeter-se à chantagem e, por conseguinte, houve uma troca de palavras que alegadamente não agradaram aos policiais, os quais abriram fogo matando um garimpeiro e ferindo outro.
Informações em poder do @Verdade dão conta de que os tiros aconteceram depois da intervenção de uma grupo de polícias chamados para o local por um suposto proprietário de uma das áreas de exploração do minério, o qual responde pelo nome de Sebastião Rosa.
Em conexão com este caso, cinco agentes da corporação, incluindo o chefe das operações do Comando Distrital da PRM na Zambézia, encontram-se detidos. Nos próximos dias, os visados serão encaminhados ao tribunal com vista à legalização da prisão enquanto aguardam pelo julgamento.
Sobre este caso, Virgílio Guilherme, comandante distrital da PRM em Alto-Molocué, distancia-se da atitude dos seus subordinados, alegadamente por terem agido de forma ilegal, porquanto que a operação que custou a vida de um cidadão e ferimento de outro foi supostamente de total desconhecimento da estruturas superiores.
Aliás, de acordo com Virgílio Guilherme, são desconhecidos os objectivos que levaram os cinco policiais a se deslocarem para o local. “Qualquer tipo de operação deve ser desencadeada sob as minhas ordens, ou tenho que tomar conhecimento, mas para este caso, acho que eles foram para defender interesses pessoais, usando a capa da polícia”, concluiu o comandante.