Espécies aquáticas estão em risco de extinção no distrito de Manica, província do mesmo nome, Centro de Moçambique, devido a prática massiva e desordenada do garimpo ilegal naquele ponto do país.
O administrador do distrito de Manica, José Tefula, disse que esta prática, existente já há décadas, esta a concorrer para a morte de peixes e outros animais aquáticos que habitam a jusante das áreas de exploração mineira ilegal. Segundo Tefula, citado pelo jornal “Notícias”, os rios Púnguè, Revué, Messica, Ndirire, Nhancuarara, entre outros que atravessam o distrito de Manica possuem águas turvas, constituindo um risco enorme para a sobrevivência dos peixes.
Aliás, estes recursos constituem principal fonte de rendimentos das famílias locais. “A maior parte dos peixes que habitavam aqueles rios já foi exterminada, estando agora o perigo a espreitar a albufeira de Chicamba, onde estes desaguam”, escreve o “Notícias”.
Em Manica, milhares de pessoas dedicam-se ao garimpo ilegal de ouro. Nas suas actividades, as pessoas, na sua maioria sem ou com baixo nível de formação, utilizam poluentes como mercúrio no processo de depuração deste minério, sem observar o mínimo das exigências ambientais. Para a mitigação dos efeitos do garimpo descontrolado e ilegal, as autoridades capacitaram os líderes comunitários e fiscais dos postos administrativos do distrito em técnicas de extracção de ouro, conhecimentos que eles deverão depois transmitir aos garimpeiros.
Igualmente, Tefula disse que as autoridades realizaram mais de 50 encontros em que foram tratadas questões de sensibilização dos garimpeiros sobre boas práticas de extracção mineira e sobre a fiscalização desta actividade.